A Mãe é que sabe

Estreou hoje nos cinemas o filme português A Mãe é que Sabe, com realização de Nuno Rocha.

Têm algumas críticas ao filme, aqui e aqui, em artigos do jornal Diário de Notícias.

Nesse segundo artigo, o filme foi resumido nesta frase:
A Mãe É Que Sabe passa-se essencialmente à mesa numa refeição de bacalhau com natas e a partir daí salta no tempo e pula por entre hipóteses de realidades paralelas como num jogo espaço temporal com o destino.”

O filme realmente mete Bacalhau com Natas, que adoro.
Mete também posters de várias bandas muito conhecidas nos finais dos anos 80 e princípios de 90.
Ainda mais importante, inclui também posters e referências a filmes de culto da ficção científica, como Regresso ao Futuro, A Mosca, Alien, E.T., Gremlins, Caça-Fantasmas, e até Top Gun e Goonies!
Também mostra posters de séries, como Twin Peaks.
E posters com bandas de música, como The Cure, Pearl Jam, etc.

No entanto, o motivo de o trazer aqui ao blog é que inclui a noção de “realidades paralelas”, ou melhor, a possibilidade de se mudar alguma coisa no passado de modo a influenciar o presente.
Ou seja, o filme lida com a pergunta-base da ficção científica: “E se…?
Neste caso, a personagem principal pergunta-se várias vezes “E se eu tivesse feito “isto” de forma diferente?” E depois, claro, é obrigada a lidar no presente com as consequências dessa mudança no passado… e, curiosamente, a mudança nunca leva a um melhor presente.

No website da RTP:

“Um típico almoço de aniversário dá para o torto quando Ana Luísa se começa a lembrar de episódios caricatos da sua infância e adolescência.
Entre sopas de cenoura, idas à praia, conselhos de mãe, namoros e casamentos, Ana Luísa pensa nas coisas que podia ter mudado no seu passado, no entanto estas recordações vão ter efeitos colaterais imprevisíveis.

Uma comédia familiar com universos paralelos e fanáticos do Belenenses, num divertido retrato do Portugal dos anos 70 aos nossos dias.

E pensando bem, há coisas que é mesmo melhor não mudar, pois no fim de contas… A Mãe é Que Sabe!”

O filme é passado à mesa. Fala-se da vida, enquanto se come à mesa, em convívio com a família.
Esta é uma imagem cultural, tipicamente portuguesa.

O filme centra-se na personagem de Ana Luísa (a mãe), que durante os festejos do aniversário do seu pai (avô), vai percebendo, junto das outras pessoas que também se encontram presentes, o impacto que a sua mãe Josefa, já falecida, teve nas escolhas da sua vida.
Assim, Ana Luísa vai-se recordando e falando de vários momentos passados da sua vida. Por exemplo, dos vários namorados que apresenta aos pais, do seu casamento, etc.

Entretanto, uma anomalia na radiação cósmica de fundo, leva a desmaios, confusão e desorientação nas pessoas, o que provoca uma grande afluência de pessoas às urgências dos hospitais.
A própria Ana Luísa sente-se confusa, desorientada e imagina (?) que entra em universos paralelos onde partes da sua vida foram modificadas.

Ou seja, Ana Luísa vai pensando em pequenas coisas que mudava no seu passado.
E isso faz com que no presente várias coisas apareçam modificadas (mas somente para ela, porque todos os outros pensam que as coisas sempre foram assim).

No final, Ana Luísa fica confusa, desmaia e vai para o hospital.
Quando acorda no hospital, toda a sua vida está como estava originalmente.

Este é um interessante filme português, em forma de comédia ligeira.

Recomendo que o vejam.

Gostei que tivessem incluído um fenómeno astronómico.
Se bem que, este tipo de fenómenos não influencia a vida das pessoas…

Parece-me que as grandes mensagens do filme são:
– a vida é feita de momentos;
– a nossa vida atual é a soma das nossas decisões no passado. Pequenas mudanças no passado alteram bastante o nosso presente;
– às vezes só damos valor às pessoas quando não as temos;
– muitas vezes só apreciamos os momentos presentes quando pensamos neles no futuro. Ou seja, no presente podemos não dar importância a vários momentos (sobretudo com as pessoas mais próximas), mas no futuro vamos olhar para estes momentos atuais com nostalgia e valorizá-los.

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