A Verdadeira Cor dos Anéis de Saturno

À medida que a sonda Cassini se aproximava do fim da sua missão de exploração em Saturno, iniciada em 2004, os cientistas aproveitaram para programar vôos mais arriscados que a fizeram atravessar o espaço entre o topo da atmosfera do planeta e os seus anéis. Estas trajectórias permitiram à Cassini obter imagens notáveis como a seguinte. Trata-se da mais detalhada imagem a cores dos anéis e mostra uma fatia de 6900 quilómetros do anel B, o maior e mais conspícuo quando observado a partir da Terra. Os anéis mais estreitos no centro da imagem têm uma largura de aproximadamente 40 quilómetros, ao passo que as bandas de cor mais intensa à direita da imagem têm entre 300 e 500 quilómetros de largura.

A cor verdadeira de uma secção do anel B de Saturno.
Crédito: NASA / JPL-Caltech / Space Science Institute

A imagem, uma combinação de imagens individuais obtidas com filtros vermelho, verde e azul, mostra que a cor real dos anéis de Saturno é um creme suave. Paradoxalmente, os anéis são compostos essencialmente por partículas de gelo de água, cuja cor é branca quando reflete a luz solar. A cor visível na foto também não resulta de uma reflexão de luz proveniente da atmosfera superior do planeta. Algum material desconhecido, cuja natureza é motivo de aceso debate entre os cientistas, deverá cobrir parcialmente os blocos e conferir-lhes esta cor subtil. Também não se sabe ao certo porque é que alguns anéis são mais brilhantes do que outros mas factores como o brilho individual das partículas, as condições de iluminação, a existência de sombras, a quantidade total de partículas no anel e a sua densidade, têm certamente influência na sua aparência final.

Os anéis A, B e C de Saturno são as principais divisões visíveis a partir da Terra. A divisão de Cassini é a região quase negra entre os anéis A e B. Na realidade, cada um destes anéis é constituído por milhares de anéis mais estreitos.
Crédito: NASA / JPL

O mergulho final da Cassini através da atmosfera de Saturno foi no dia 15 de Setembro. Os cientistas decidiram terminar desta forma a missão para garantir que a sonda nunca colidiria com Encélado ou Titã, duas luas de Saturno com potencial para albergar formas de vida elementares. Apesar dos cuidados tidos na esterilização da sonda antes do lançamento e dos 20 anos passados no ambiente extremo do espaço interplanetário, é possível que alguns microorganismos provenientes da Terra ainda resistissem na sonda podendo contaminar uma lua em caso de colisão.

Referência: NASA

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