Aquaman

No passado, a Atlântida foi o local da civilização mais avançada na Terra.
Atualmente, a cidade da Atlântida está submersa.

O reino é governado pelo Rei Orm.
Ele planeia conquistar os outros povos oceânicos.
E posteriormente, planeia conquistar os povos na superfície da Terra.

Aquaman, meio-humano e meio-atlântico, é o meio-irmão de Orm.
Ele cresceu na superfície, mas é o verdadeiro herdeiro do trono.

Com a ajuda do conselheiro real Vulko, Aquaman procura e recupera o Tridente da Atlântida.
Com o Tridente, vence o Rei Orm e torna-se o protetor dos oceanos.

No final, a meio dos créditos, percebe-se que vai existir uma sequela.

O filme é muito bom em termos de cenas de ação e de efeitos especiais.
Os efeitos especiais dentro de água são fabulosos.

Visualmente, é um filme soberbo!

É um filme que proporciona um bom entretenimento.

Adorei os cavalos marinhos, dentro de água, a fazerem de cavalos.
Adorei o polvo, com os seus diversos tentáculos, a tocar bateria.

Adorei a mensagem principal do filme: a terra e o mar são um só mundo; e não dois mundos separados.

Gostei de ver os poderes de Mera: controla os líquidos. Vê-se ela a controlar o vinho, mas sobretudo a água.
Também gostei de ver os poderes de Aquaman: controla telepaticamente as criaturas marinhas.

É interessante que o nome terrestre do Aquaman seja Artur, como o Rei Artur.

Foi também bastante interessante a frase: “Atualmente conhecemos melhor a superfície de Marte do que o fundo dos nossos mares.”
Ainda mais interessante se torna quando sabemos que muito provavelmente a vida na superfície surgiu inicialmente no mar.

Acho que o filme tem demasiada fantasia. Não gostei.

Várias cenas de ação foram demasiado extensas e confusas.
Uma pessoa por vezes perde-se, em termos do que deve estar atento.

O final, em que a mãe Atlanna está viva, é demasiado previsível.

Como em vários outros filmes, por incrível que pareça, os “maus da fita” têm sempre uma péssima pontaria, enquanto os “heróis” são sempre atiradores perfeitos. É absurdo.

A Mera luta melhor que o Aquaman.
No entanto, é o Aquaman que é enviado para a batalha pelo tridente (devia ser Mera) e é o Aquaman que é proclamado Rei.
Supostamente, o Aquaman é que é o grande salvador do reino, quando afinal Mera é muito melhor lutadora do que ele. Ela é que teve de o salvar. Ele, sozinho, tinha morrido. Ela, sozinha, poderia ter derrotado Orm.
Sendo assim, porque não é ela a lutar pelo tridente e pela gestão do reino?
Apesar de ser mais fraco, Aquaman é o dono do trono quase por “direito divino”. Esta parece-me ser uma mensagem sexista.

O submarino vem para a superfície demasiado depressa.
A imensa diferença de pressão matava os Humanos lá dentro.
Devia ter existido um processo de descompressão.

Na superfície, disparam sobre Aquaman à queima-roupa e nem sequer o aleijam.
Ou o seu corpo é feito de metal, ou o seu corpo está adaptado às enormes pressões das profundezas e por isso a pressão exercida pelas balas não o afeta.
Mesmo assim, sendo uma pressão concentrada num único ponto, devia-o aleijar.

Como é que a mãe, Atlanna, consegue respirar fora de água?
Percebe-se que o Aquaman pode fazer isso, já que tem um pai humano.
No entanto, a mãe é totalmente Atlante. Não devia respirar na superfície.
Ou será que os Atlantes são anfíbios? Ou será que têm um sistema respiratório semelhante a alguns peixes que respiram fora de água?

Atlanna está muito longe de ser a sereia Daryl Hannah, no filme Splash.
Na verdade, no filme, Atlanna é totalmente humana. Até fala inglês, o que é absurdo. O filme dá a entender que a única diferença para as mulheres terrestres, é Atlanna (e Mera) ter roupas apertadas.
Ou seja, ela é exatamente igual a dezenas de milhões de americanas, inglesas ou australianas.
Um ser Atlante não deveria ser igualzinha aos seres humanos na superfície. É absolutamente ridículo.

Se os Atlantes nadam tão bem, como se vê no filme, em que parecem balas a nadar, para que precisam de cavalos e naves aquáticas?
Não há qualquer necessidade de domesticação de animais ou de tecnologia, para nadarem melhor.
Aliás, em várias cenas é visível que nadam melhor e mais rápido sozinhos.
Assim, a existência de cavalos marinhos e de naves para os ajudarem é parvo.

Da mesma forma, porque Aquaman e Mera vão para o Reino das Fossas de barco?
Têm imensos problemas com o barco.
No entanto, quando se lançam à água, para nadar, é quando ficam melhor.
Mais uma vez, é absolutamente ridículo utilizarem um barco (que só os atrasa).

Também detestei as conspirações levantadas pelo filme e a péssima ciência que apresenta.

O filme dá a entender que os tsunamis são obra dos Atlantes. Esta é uma conspiração parva.

O filme mostra que o Reino das Fossas faz parte do mito da Terra Ôca, em que supostamente existe um Reino Perdido no centro da Terra com dinossauros. Além disto ser absolutamente desnecessário para o filme (podiam mostrar o Reino das Fossas de forma espetacular sem parvoíces), promove a conspiração parva da Terra Ôca.

No filme, quando a Atlântida submergiu, os Atlantes evoluíram rapidamente para seres que respiram debaixo de água. De “forma mágica”, em poucos segundos, desenvolveram guelras (brânquias) para respirarem dentro de água de forma eficaz. Ora, não é assim que funciona a evolução. Isto é absolutamente absurdo.

Por fim, no filme é dito que a Atlântida caiu, devido à sua procura por conhecimento. Ou seja, no filme é transmitida a mensagem que ser curioso, que ter mais conhecimento, que existir desenvolvimento tecnológico leva à ruína das sociedades. Além disto ser absolutamente o oposto da realidade, o filme transmite a mensagem que as pessoas devem ser ignorantes. Esta é uma péssima mensagem anti-ciência. É totalmente irresponsável, um filme que quer ser popular promover esta mensagem de receio pelo conhecimento.

Além disso, é uma mensagem paradoxal: quem escreveu as frases para Vulko (em que ele descreve o Great Fall da Atlântida), nem sequer percebeu que a Atlântida continuou a desenvolver-se tecnologicamente debaixo de água. Ou seja, o progresso não foi parado. O conhecimento não foi travado. A ambição não foi detida. Pelo contrário, debaixo de água, num ambiente diferente, com obstáculos desconhecidos que tiveram que ser superados, essa ambição por conhecimento e por desenvolvimento tecnológico teve que ser exponencialmente ampliada.
Assim, a vergonhosa mensagem anti-ciência até está em oposição ao que os cientistas da Atlântida tiveram que fazer após esta submergir.
Conclusão: quem escreveu estas falas não tinha qualquer noção do que estava a fazer…

1 comentário

  1. É mais uma ficção à americana, com tudo o que isso encerra: espetáculo, folclore e acima de tudo, a busca do lucro! Abraços

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