Predadores

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Ontem fui ao cinema ver o filme “Predators“.
É um bom filme de entretenimento, como o foram o primeiro filme da série Predator (o melhor de todos pela novidade), e o Predator Vs. Alien pela novidade que apresentou.

De resto, é basicamente tudo igual.
Pela positiva, a ideia que os Predadores usam a radiação infravermelha (calor) para “verem”, o conceito de poderem ser invisíveis, etc.
Pela negativa, o facto pouco imaginativo de serem humanóides.

Bastante positivo o facto de que o filme foi maioritariamente filmado aqui na zona de Austin, Texas. 🙂

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Um grupo de pessoas “escolhidas a dedo” são raptadas e caem num planeta alienígena.
Grande parte das pessoas são combatentes (assassinos, mercenários, etc), que se tornam presas num jogo de caça criado pelos Predadores.

O filme sumariza-se de uma forma simples: um grupo de pessoas tem que lutar pela vida num planeta alienígena.

Desta vez, os humanos vão ter que lutar contra 3 alienígenas, já que os Predadores caçam em grupos de 3.

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Esta é a minha análise à ciência que vi no filme:

O filme começa com os Humanos a caírem no planeta.
Um grupo de humanos (que são predadores e com vários “pecados”) é raptado e levado para esse planeta usado pelos Predators, para os Predators caçarem os humanos.
Pelos vistos, os Predators precisam de um “desafio”, e daí que ninguém melhor que os humanos para serem guerreiros.
Por um lado, gosto da ideia de que os Predadores apreciem um desafio e que tenham criado uma reserva de caça, que na verdade é um planeta de caça.
Por outro lado, não gosto porque essa é uma atitude humana e assim é uma forma de antropocentrismo: imaginamos que os outros fazem o mesmo que nós.
Por fim, não gosto do facto de que as presas são… humanos. Está a transmitir a ideia de que os humanos são o que de melhor há no Universo – o já normal antropocentrismo inerente à ficção científica.

Todos os “escolhidos” têm uma qualidade que os faz bons para a “equipa”.
Não percebo porque não raptam cientistas também… Será que não há cientistas “loucos” e com “pecados”? Ou será que o médico já preenche esse lugar?

Paradoxalmente, não gostei que o médico (cientista) fosse retratado como louco/mau.
Apesar da personagem estar muito bem feita, passa uma ideia errada dos cientistas.

As plantas são basicamente as mesmas da Terra.
Não faz sentido.
O exemplo claro disto é quando o médico explica que tocar na seiva de uma das plantas causa paralisia. Ele estava a falar de uma planta terrestre. Mas aquela planta deveria ser, supostamente, extraterrestre.

Porque os Humanos se adaptam tão bem ao ecossistema? Como não morrem noutro planeta com bactérias alienígenas?
Não faz sentido.

A atmosfera é respirável pelos humanos.
Ou seja, precisa ter a mesma percentagem de azoto/nitrogénio, oxigénio, dióxido de carbono, etc.
Não faz sentido.

Existe uma imagem que mostra planetas e luas bastante perto do planeta onde eles estão.
Parece-me que esses planetas e luas estão demasiado perto para não haver, no mínimo, forças gravitacionais (de maré) incrivelmente fortes.
Assim, o planeta deveria estar, no mínimo, em convulsão constante. Pelo contrário, mostra-se calmo.

Os animais extraterrestres, parecidos com cães, “desaparecem” misteriosamente do filme.
Não foram todos mortos, mas nunca mais se fala deles, como se eles decidissem não ir mais atrás dos humanos.
É uma falha do filme.

Também não gosto desses “cães extraterrestres” serem chamados com um apito/assobio. Isso é fazer deles demasiado terrestres…

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Adorei a cena inicial de Royce a cair pelo céu.

Gostei de ver a desconfiança inicial (e não só) entre os que chegam… sem saberem de onde, como, porquê e quem é que os fez chegar lá.
Obviamente, essa desconfiança seria o sentimento mais forte no início, caso a situação fosse real. Assim, é uma cena credível.

Gostei de ouvir que uma das hipóteses iniciais era eles (humanos) estarem mortos, e terem sido deixados no limbo/purgatório.

A certa altura do filme, Royce diz que o Sol não se move no céu. O que ele quer dizer é que a estrela-mãe aparentemente não se move no céu do planeta em que ele está.
Na verdade, o que acontece é que o planeta não está a rodar sobre o seu eixo em relação ao seu movimento de órbita ao redor da estrela. É exatamente a mesma coisa da Lua em relação à Terra. A Lua roda sobre o seu próprio eixo, mas o seu movimento de rotação corresponde, grosso modo, com o seu movimento de órbita ao redor da Terra, por isso da Terra vemos sempre a mesma face da Lua e se estivéssemos na face da Lua mais próxima de nós, veríamos o planeta Terra sempre no mesmo sítio no nosso céu. É isto que acontece nesse planeta em relação à sua estrela.
É fabuloso que tenham incluído esta informação no filme.

Adoro obviamente o facto dos alienígenas verem em infravermelho (e não na luz visível), através de assinaturas térmicas (fontes de calor).

Gosto bastante também, claro, do facto dos alienígenas terem tecnologia que lhes permite serem invisíveis aos nossos olhos. É certamente um fantástico sistema/dispositivo de camuflagem.

Gostei também de ver os Predadores copiarem as vozes humanas, de modo a enganarem os Humanos.
Aliás, a cena com o mexicano Cuchillo foi fabulosa: após ser morto, os alienígenas têm a criativa ideia de o usarem como isco. Ele torna-se numa armadilha para apanhar os outros humanos.

Gostei do facto de terem mencionado o primeiro filme Predador, quando referem a história de que na Guatemala todos morreram e só se salvou a personagem do Schwarzenegger.
É referido também que o Predador desse filme era dos pequenos.
(Neste filme ficamos a saber que existem duas “espécies” de Predadores, como castas. Os maiores vêem os mais pequenos como inferiores, e por isso caçam-nos).

Adorei a personagem de Noland (mais conhecido como Morpheus, de Matrix). É um sobrevivente de um anterior grupo de humanos que também “caiu” nesse planeta. Ele leva o novo grupo para um complexo, onde vive longe dos Predadores. Ele diz que a forma mais eficaz de sobrevivência é esconder-se.
No entanto, Noland pretende enganar os Humanos. Afinal, ele é um saqueador: quer ficar com as coisas dos outros.

Quase no final, as cenas de luta entre Royce e o Predador são excelentes. Royce colocou tudo em fogo perto do Predador, o que levou o alienígena a reter demasiados estímulos externos, ficando sem ver nada (como se nós levássemos com uma luz forte que nos “cega”).

Gostei de perceber que os Predadores adaptam-se e evoluem: tornam-se melhores caçadores.

Isabelle tem uma citação que me parece importante em termos de crítica social à Humanidade. Ela diz: “Nós também somos predadores. Somos os monstros do nosso próprio mundo.”
Afinal, o que os Predators fazem aos Humanos é bastante similar ao que os Humanos fazem aos animais.

Durante o filme, não entendi a presença do ser River Ghost (Fantasma do Rio).
Posteriormente, percebi que é também um ser inteligente que é caçado pelos Predadores como sendo uma presa.
Ou seja, ele está naquele planeta como os Humanos: para ser caçado.

Também não entendi o comportamento da folha na água.
Entendo que o filme pretende transmitir a ideia que naquele planeta/lua o magnetismo está caótico.
Mas a folha não está magnetizada, por isso não se deveria comportar daquela forma. Deveria ficar quieta na água, como na Terra.

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No final, vemos mais para-quedas a caírem sobre o planeta, o que é um sinal que vem aí um novo grupo de humanos para serem caçados por um novo trio de Predadores.
Os dois personagens que sobreviveram vão ter, assim, que conquistar a confiança dos novos humanos e matar os novos Predadores que chegam; além disso, vão querer fugir na nave dos Predadores que estão a chegar, provavelmente com a ajuda de um Predador inferior.

No fim, os humanos ganham, o que é uma norma na ficção científica, mas muito longe de uma eventual realidade.
Simplesmente a ideia é, novamente, ter os humanos no “pedestal” da supremacia.

A ideia com que fiquei no final, é que ficou em aberto um 2º filme do mesmo género nesse planeta. Fico à espera de uma Prequela ou de uma Sequela.

1 comentário

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  1. Eu realmente quero ver este filme. Apesar das “falhas científicas” presentes no filme e apontads pelo autor aqui, acredito que o filme tem imagens, sons, efeitos e ideias suficientemente legais para entreter o público alvo hehe. Eu espero…
    Ah, depois que assisti “Homem de Ferro”, imaginei algo que provavelmente seria legal e menos longe de uma eventual realidade quanto a vitória dos humanos. A escolta de soldados poderia estar acompanhada de equipamentos e armas especiais como as utilizadas pelo Homem de Ferro hehe. Nesta caso muitos predadores iriam apanhar até rss. Mas… acho que este tipo de ideia só não cai bem porque seria praticamente uma ideia copiada, ora.

  1. […] deste filme, vieram sequelas e até outros filmes com o mesmo alienígena, como Predadores e Alien vs. […]

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