A 28 de Janeiro de 1986, o vaivém Challenger explodiu 73 segundos após o lançamento, matando os 7 astronautas, incluindo a professora Christa McAuliffe. Eram 11h39 na Flórida, EUA, e 16h39 em Portugal.
São heróis que morreram pelo progresso da Humanidade:
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica. Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
Adorei o blog e os vídeos, estou fazendo um trabalho para a faculdade e gostaria de saber se você poderia me ajudar, preciso encontrar como foi a reação dos Russos ao saber do desastre da Challenger. Existe algum documentário, ou texto sobre o assunto ?
Concordo com a tua definição de «conceito popular de explosão», mas de facto explosão foi coisa que ali não aconteceu e ao passar essa ideia é induzir as pessoas em erro e eternizar de forma errada algo que não aconteceu.
Mas é preciso entender os conceitos populares.
Diz-se que o Challenger explodiu, da mesma forma que se diz que as estrelas explodem em supernova, ou que o Big Bang foi uma explosão do Universo.
Ou seja, conceitos populares de “explosão”, apesar de tecnicamente nenhum deles serem explosões.
Quando é que se pára de dizer que o Challenger explodiu?
O Challenger foi destruído devido às forças aerodinâmicas resultantes da expansão dos propolentes do tanque exterior de combustível líquido (oxigénio e hidrogénio líquido). O que nós vemos na imagem não é uma explosão, pois de facto à altitude que o Challenger se encontrava já não existe oxigénio para originar uma «explosão».
As únicas zonas «queimadas» encontradas no conjunto (vaivém espacial, tanque exterior de combustível líquido e propulsores laterais de combustível sólido) estavam localizadas no local da fuga dos gases nos O-ring do propulsor lateral esquerdo (sem ter em conta, claro está, a ignição dos propolentes hipergólicos dos sistemas orbitais de manobra do veículo). Estes gases incandescentes originaram a falha estrutural do suporte inferior do propulsor que, aí solto, acabou por «embater» no tanque exterior e provovar a ruptura da sua estrutura, levando a uma expansão violenta dos propolentes e consequente destruição do Challenger.
Depende da minha situação de vida, vejamos uma coisa, como ser humano, desejo claramente viver uma vida feliz, saudavel, ao fim ao cabo aquilo a que chamamos de uma vida normal.
No entanto, eu que sou amante da astronomia, penso que há certas coisas que valem a pena o risco, e acho que sair deste planeta, mesmo que para um trabalho na ISS, continuará sempre a suscitar palpitações na hora da partida! Eu voluntariava-me, so pela tentativa de atingir o que para mim cidadão normal, é inatingivel!
Já agora, deixo uma pergunta:
Quantos de vocês se voluntariavam para se sentarem em cima de “toneladas de TNT”, sabendo que por baixo de vocês iria haver uma enorme explosão?
😛
Por acaso, nunca me irei lembrar desse episódio porque foi nesse ano que nasci, mas acho um post muito bom devido á coragem e determinação dessas pessoas, pois nunca se sabe o nosso destino quando pomos os pés dentro de um shuttle.
Fica esta homenagem neste post, porque de facto, e como disse bem o carlos, são autênticos heróis!!
Ps: Olho para a imagem de hoje da APOD, e como ser humano imagino como é estar na ISS, deve ser uma visão e tanto!!
Infelizmente, vai ser sempre (a par da Apollo 1 a 27 de Janeiro de 1967 e do desastre do vaivém espacial Columbia a 1 de Fevereiro de 2003) relembrado como uma mancha na exploração espacial americana.
Em 1986, ainda faltavam 10 anos para ser projetado… 🙂
Eu lembro-me de ser teenager, estar sentado no sofá da sala de minha casa, em Portugal, a ver o lançamento do Challenger, porque já na altura gostava dos assuntos espaciais.
Lembro-me também de ficar estupefacto a olhar… quando se deu a explosão.
[…] 28 de Janeiro de 1986, deu-se o desastre do Space Shuttle Challenger. Desde essa altura que associo sempre a música The Final Countdown dos Europe a este momento […]
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12 comentários
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Carlos,
Muito Obrigada ^^
Carlos ,
Adorei o blog e os vídeos, estou fazendo um trabalho para a faculdade e gostaria de saber se você poderia me ajudar, preciso encontrar como foi a reação dos Russos ao saber do desastre da Challenger. Existe algum documentário, ou texto sobre o assunto ?
Obrigada
Author
Oi Thais,
Se existe essa reacção, eu desconheço.
Mas quem sabe tudo sobre os Russos é o Rui Barbosa.
Faça essa mesma pergunta ao Rui, neste post:
http://www.astropt.org/2012/09/30/revolucionario-em-orbita/
abraços
Carlos,
Concordo com a tua definição de «conceito popular de explosão», mas de facto explosão foi coisa que ali não aconteceu e ao passar essa ideia é induzir as pessoas em erro e eternizar de forma errada algo que não aconteceu.
Abraço!!!
Eu estava no campo de liceu a jogar andebol, numa aula de educação física.
Só cerca de 1.30h mais tarde em casa é que soube do que acontecera, ao ver um noticiário especial…
Author
Olá Rui,
Tens razão.
Mas é preciso entender os conceitos populares.
Diz-se que o Challenger explodiu, da mesma forma que se diz que as estrelas explodem em supernova, ou que o Big Bang foi uma explosão do Universo.
Ou seja, conceitos populares de “explosão”, apesar de tecnicamente nenhum deles serem explosões.
abraço! 😉
Quando é que se pára de dizer que o Challenger explodiu?
O Challenger foi destruído devido às forças aerodinâmicas resultantes da expansão dos propolentes do tanque exterior de combustível líquido (oxigénio e hidrogénio líquido). O que nós vemos na imagem não é uma explosão, pois de facto à altitude que o Challenger se encontrava já não existe oxigénio para originar uma «explosão».
As únicas zonas «queimadas» encontradas no conjunto (vaivém espacial, tanque exterior de combustível líquido e propulsores laterais de combustível sólido) estavam localizadas no local da fuga dos gases nos O-ring do propulsor lateral esquerdo (sem ter em conta, claro está, a ignição dos propolentes hipergólicos dos sistemas orbitais de manobra do veículo). Estes gases incandescentes originaram a falha estrutural do suporte inferior do propulsor que, aí solto, acabou por «embater» no tanque exterior e provovar a ruptura da sua estrutura, levando a uma expansão violenta dos propolentes e consequente destruição do Challenger.
Depende da minha situação de vida, vejamos uma coisa, como ser humano, desejo claramente viver uma vida feliz, saudavel, ao fim ao cabo aquilo a que chamamos de uma vida normal.
No entanto, eu que sou amante da astronomia, penso que há certas coisas que valem a pena o risco, e acho que sair deste planeta, mesmo que para um trabalho na ISS, continuará sempre a suscitar palpitações na hora da partida! Eu voluntariava-me, so pela tentativa de atingir o que para mim cidadão normal, é inatingivel!
Author
Já agora, deixo uma pergunta:
Quantos de vocês se voluntariavam para se sentarem em cima de “toneladas de TNT”, sabendo que por baixo de vocês iria haver uma enorme explosão?
😛
Por acaso, nunca me irei lembrar desse episódio porque foi nesse ano que nasci, mas acho um post muito bom devido á coragem e determinação dessas pessoas, pois nunca se sabe o nosso destino quando pomos os pés dentro de um shuttle.
Fica esta homenagem neste post, porque de facto, e como disse bem o carlos, são autênticos heróis!!
Ps: Olho para a imagem de hoje da APOD, e como ser humano imagino como é estar na ISS, deve ser uma visão e tanto!!
Infelizmente, vai ser sempre (a par da Apollo 1 a 27 de Janeiro de 1967 e do desastre do vaivém espacial Columbia a 1 de Fevereiro de 2003) relembrado como uma mancha na exploração espacial americana.
Em 1986, ainda faltavam 10 anos para ser projetado… 🙂
Author
Eu lembro-me de ser teenager, estar sentado no sofá da sala de minha casa, em Portugal, a ver o lançamento do Challenger, porque já na altura gostava dos assuntos espaciais.
Lembro-me também de ficar estupefacto a olhar… quando se deu a explosão.
E vocês, onde estavam quando isto aconteceu?
[…] 28 de Janeiro de 1986, deu-se o desastre do Space Shuttle Challenger. Desde essa altura que associo sempre a música The Final Countdown dos Europe a este momento […]