As “Galáxias das Antenas”

Imagens obtidas com as câmaras WFC3 (Wide Field Camera 3) e ACS (Advanced Camera for Surveys) do Hubble foram combinadas para produzir esta fotografia incrivelmente detalhada do par NGC4038 e NGC4039, mais conhecido pelo nome “Galáxias das Antenas”, situado a cerca de 45 milhões de anos-luz na direcção da constelação Corvo.

Detalhe da região central do par NGC4038/9. Crédito: ESA/Hubble & NASA.

Detalhe da região central do par NGC4038/9. Crédito: ESA/Hubble & NASA.

As duas galáxias, originalmente espirais, estão em colisão, um processo que se iniciou, estima-se, há cerca de 1.5 mil milhões de anos. Nestas colisões, as estrelas individuais não chocam entre si; as distâncias que as separam torna isso altamente improvável. No entanto, as grandes nuvens de hidrogénio molecular que povoam os discos das galáxias, parcialmente visíveis na imagem como filamentos negros de poeira, sofrem uma compressão violenta que provoca a formação em cadeia de novas gerações de estrelas — um verdadeiro baby boom galáctico. Esta actividade frenética é bem visível na imagem do Hubble: as incontáveis estrelas jovens muito quentes e luminosas (azuis); a grande abundância de enxames de estrelas (pequenas manchas esbranquiçadas), e; as grandes nuvens de gás ionizado pela radiação ultravioleta das estrelas que se formaram na sua proximidade (cor de rosa).

A colisão ainda não terminou e as simulações do sistema sugerem que, dentro de algumas centenas de milhões de anos, as galáxias vão fundir-se, transformando-se provavelmente numa galáxia elíptica à medida que a matéria prima para a formação de novas estrelas se vai esgotando e as estrelas são atiradas para órbitas aleatórias em torno do núcleo. Entretanto, as formas espirais das galáxias originais vão desaparecendo gradualmente, dando lugar a uma estrutura amorfa, ao sabor da poderosa força gravitacional de cada um dos discos. De facto, o nome popular “Galáxias das Antenas” advém do facto de, em fotografias com um campo de visão mais extenso, poderem ser observados dois filamentos de estrelas, gás e poeira projectados para o espaço profundo, quais monumentos que testemunham a violência destes embates galácticos.


(Simulação da colisão entre NGC4038 e NGC4039. Crédito: Renaud et al. (2014), vídeo por B. Thooris, CEA/IRFU)

As “antenas” do par NGC4038/39. Crédito: Robert Gendler.

As “antenas” do par NGC4038/39. Crédito: Robert Gendler.

(Fonte: ESA/Hubble)

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