Coronavirus e rede 5G: qual a ligação?

Nenhuma!

Anda a circular nas redes sociais uma mensagem a dizer que as mortes atribuídas ao novo coronavírus foram na realidade causadas pela rede 5G – que teria sido deliberadamente desenvolvida para adoecer e matar pessoas na China.
Depois, o objetivo seria instalar nanopartículas no corpo das pessoas (pelas vacinas), de modo a controlar neurologicamente as pessoas.

Isto é absolutamente falso!
É a junção de duas conspirações numa só.

O que não entendo é como estas pessoas utilizam a internet, estando em contacto com as redes (mesmo que seja 3G ou 4G), e depois vêm dizer mal de uma melhoria dessa rede.
Infelizmente, isto é algo que sempre se viu pela história da Humanidade. Quem andava a cavalo e depois viu carros, também os chamava de transporte do demónio, que fazia feitiçaria sobre os cavalos, etc…
Enfim… os imbecis sempre existiram.

Por outro lado, há quem afirme que esta pandemia da COVID-19 está ligada à inovação da 5G, como as inovações anteriores (3G e 4G) estiveram ligadas à H1N1 e MERS.

Mas esta lista, mais uma vez, está carregada de informações falsas!
Não só as datas estão propositadamente incorretas, como dizer que um vírus depende da radiação eletromagnética é de uma imbecilidade atroz.

Vejam no Polígrafo SIC e leiam no Observador.

“(…) É possível ver diferentes datas que estabelecem um paralelo errado com os vírus.
Por exemplo, no caso da gripe espanhola, segundo a publicação, surgiu em 1918 e prolongou-se até 1920, coincidindo com o início das antenas rádio na América e na Europa. É, de facto, verdade que a gripe espanhola começou em 1918 e terminou em dezembro de 2020. No entanto, as primeiras transmissões comerciais de rádio foram desenvolvidas entre 1895 e 1896 por Guglielmo Marconi, sendo que foi depois usada, de forma generalizada, em 1900. Ou seja, 18 anos antes do surgimento da gripe espanhola (…).
(…)
Continuando a olhar para a imagem, a gripe asiática (H2N2) surgiu em 1957 com a duração de um ano. Começou em Singapura, passou para Hong Kong e no verão desse ano já estava nos Estados Unidos da América, matando cerca de 1,1 milhões de pessoas em todo o mundo. A China Central Television (CCTV), televisão do estado e única cadeia de televisão que existe no país foi lançada em 1958, com imagens a preto e branco. Ou seja o início da transmissão de televisão e do surto não têm a mesma data de arranque.
(…)
Sobre o vírus do SARS, segundo a Organização Mundial de Saúde, o seu surto começou, de facto, em Guangdong, na China, em 2002. Só que o lançamento da rede 2G foi feita em 1991 pelas mãos da Globam System for Mobile Communications, mais propriamente na Finlândia. Ou seja, dez anos antes do surto de SARS ter sequer começado.
(…)
Já quanto ao vírus H1NI, que deu origem à Gripe A também não é possível estabelecer uma relação, como verificado pela agência Reuters. É que o 3G foi introduzida no Japão em 2001, depois seguiu para os Estados Unidos da América um ano depois e, finalmente, chegou à China em 2008.
(…)
Já o vírus da Gripe A surgiu em abril de 2009 no México e nos Estados Unidos e não na China. Mas só em junho do mesmo ano é que a OMS declarou o estado de pandemia relativo a este vírus. Ou seja, o lançamento do 3G é bastante anterior ao início do surto do H1N1.
(…)
Em dezembro de 2009 seria lançado o 4G em Estocolmo, na Suécia e em Oslo na Noruega. A partir de abril de 2010, 36 cidades nos EUA tinham essa rede móvel, mas também já estava instalado na Finlândia. 4 anos depois estaria disponível em dez países à volta do mundo. O primeiro caso de MERS-CoV foi identificado na Arábia Saudita em 2012, muito depois do lançamento do 4G (…)”
(Fonte: Observador)

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