Viver com o Vírus

A Fundação Francisco Manuel dos Santos realiza a rubrica Fronteiras XXI, com alguns programas de debate sob o tema “Os Temas que desafiam Portugal e o Mundo”.

O último episódio teve o título: Viver com o vírus.

“Neste programa, debate-se “como a sociedade e a economia podem funcionar com uma pandemia ativa.”

“Descubra o que a ciência sabe sobre o novo coronavírus e o que está a aprender com a pandemia de Covid-19, se está próxima de encontrar um tratamento e/ou uma vacina, e como pode ajudar as pessoas a protegerem-se de modo a que possam retomar a sua vida social e profissional de forma segura.”

“A vida tal como a conhecíamos mudou, radicalmente.

Tudo por causa de um microrganismo, o coronavírus SARS-COV-2. A doença que provoca, a Covid-19, já infectou mais de 3 milhões de pessoas e matou 200 mil, em todo o mundo. E o ano nem vai a meio.

Só a comunidade científica não foi totalmente apanhada de surpresa. Para os cientistas, uma epidemia global não era uma questão de “se” mas de “quando”. Durante anos, tentaram alertar os líderes políticos para o facto de podermos sofrer um desastre demográfico tão ou mais grave do que a gripe pneumónica de 1918 – que terá causado mais de 30 milhões de mortos. Mas sem efeito.

O resultado? Nenhum país estava preparado quando foi invadido pela pandemia de Covid-19. Este novo coronavírus tomou o mundo de assalto, paralisou-o e fez-nos reféns dentro das nossas próprias casas.

Forçadas a distanciar-se dos familiares, amigos e colegas, a solidão de milhares de pessoas agudizou-se e parece estar a alastrar na sociedade. Em Portugal, o consumo de ansiolíticos e antidepressivos até Março disparou 28%, quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

A economia também foi contagiada. Entrou em crise e o número de desempregados em Portugal já aumentou 34% face ao ano passado, agravando os níveis de pobreza e acentuando as desigualdades.

À espera de respostas da Ciência, como será o dia-a-dia fora de casa e a viver com o vírus? Como vai a economia resistir e por quanto tempo?

No Fronteiras XXI debatemos como a sociedade e a economia podem funcionar com uma pandemia activa.
Com a directora do Instituto de Medicina Molecular Maria Manuel Mota, o economista e professor na Kellogg School of Management Sérgio Rebelo, a psicóloga social Maria Luísa Lima e o bioquímico e comunicador de ciência David Marçal.

Tivemos ainda entrevistas com peritos internacionais, como Syra Madad, especialista em biossegurança e responsável pela resposta dos hospitais de Nova Iorque à pandemia, Susan Weiss, professora de Microbiologia da Universidade da Pensilvânia que estuda os coronavírus há mais de 40 anos, e Roberto Bruzzone, ex-director do Institut Pasteur de Paris e actual director do centro de investigação HKU-Pasteur em Hong Kong.

A moderação foi da jornalista da RTP, Ana Lourenço.”

Gostei bastante das intervenções de Maria Manuel Mota.
Na sua primeira intervenção, ela disse: só conhecemos este novo coronavirus há cerca de 5 meses. Mas existem vários outros coronavirus que convivem connosco há centenas de anos. Este também deverá se tornar endémico.
Pode nunca existir uma vacina totalmente eficaz contra o novo coronavírus. Caso venha a existir, nunca será antes de 2021.
Na sua quarta intervenção, ela referiu: há mais de 100 anos que conhecemos o parasita que causa a malária, que é transmitida por um mosquito. No entanto, continuamos a não ter uma vacina eficaz contra a malária. E só este ano, a malária já matou mais de 360 mil pessoas, e mais de 95% desses mortos são crianças até aos 5 anos de idade!

Igualmente brilhante foi a participação de David Marçal.
Na sua primeira intervenção, ele defendeu que: as vacinas são vítimas do seu próprio sucesso. O sucesso das vacinas faz com que as pessoas pensem que não necessitam delas. O novo coronavirus veio ilustrar o que seria um mundo sem vacinas: pandemias que criariam centenas de milhões de mortos.
Na sua segunda intervenção, ele explicou: a ciência não se baseia em não cometer erros. Baseia-se em encontrá-los e corrigi-los.
Estamos a assistir ao debate científico, ao processo da ciência, enquanto ele decorre, e isso pode provocar confusão nas pessoas, porque podem não saber distinguir o sensacionalismo da verdadeira ciência.

Também adorei a entrevista a Roberto Bruzzone.
Ele afirmou que as evidências atuais apontam para que este vírus se torne endémico sazonal. É um vírus que veio para ficar. Assim, teremos que aprender a conviver com este vírus na nossa vida.

Por fim, gostei bastante da entrevista a Susan Weiss.
Ela alertou para que possa surgir um novo coronavirus nos Humanos nos próximos anos…

Toda esta conversa foi muito interessante.
Por isso, recomendo que a vejam.

Vejam todo o debate, no website da RTP, aqui.

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