Guerra dos Mundos

Em 2019, saiu uma nova série: Guerra dos Mundos.

Pensei que não fosse gostar da série.
A história já é muito conhecida, e fiquei desiludido com o filme recente (de 2005) com Tom Cruise.

No entanto, até gostei da série.
Esta nova série surpreendeu-me pela positiva.




Temporada 1


1 – Uma equipa de astrofísicos franceses, liderada por Catherine Durand, a trabalhar num observatório nos Alpes franceses, detecta um sinal vindo da direção da estrela Ross 128.
É o mesmo sinal que uma equipa de americanos a trabalhar em Arecibo tinha detectado no ano anterior, vindo da direção de Ross 128b (um planeta ao redor da estrela Ross 128, que está na sua zona habitável).

Após excluírem inúmeras hipóteses naturais para este sinal, na frequência em que ele é transmitido, eles contactam outros observatórios ao redor do mundo para confirmarem e verificarem o sinal.
Após essas confirmações, eles chegam à conclusão que é um sinal vindo de uma civilização extraterrestre.

O sinal que foi detectado, afinal não é uma transmissão, mas é sim uma forma dessa civilização extraterrestre avançada mapear (scan) o nosso planeta.

Pouco depois, são detectados vários objetos que vêm na direção da Terra. Esses meteoritos colidem com grandes cidades, provocando alguns (poucos) estragos.

Os meteoritos não parecem ser de origem natural: são objetos metálicos e esféricos.
As primeiras análises indicam a presença de 4 elementos químicos desconhecidos.
Os cientistas pensam que poderão ser sondas, tal como nós enviamos para outros planetas. Mas porque foram enviadas tantas?

Os militares enviam bombas para cima de um desses objetos.
Mas não lhe provoca sequer um arranhão.

Os objetos emitem campos eletromagnéticos. Não se sabe porquê.
Até que um cientista descobre que servem para interferir com o funcionamento neural: interferem com o nosso cérebro.
É como se os extraterrestres compreendessem a nossa neurologia.

O campo magnético afeta toda a atmosfera terrestre.
As comunicações deixam de funcionar. Todos os nossos dispositivos e transportes elétricos deixam de funcionar.
E as pessoas têm de fugir para abrigos subterrâneos (estações de metro, elevadores, caves de hospitais, cavernas, etc).
Uma enorme onda eletromagnética fulminante mata todas as pessoas à superfície da Terra. Foi um ataque ao cérebro humano: as pessoas morreram instantaneamente.
Salvaram-se somente aquelas pessoas que estavam em abrigos subterrâneos.

Os cientistas percebem que o pulso eletromagnético não matou os cães ou outros animais. Foi direcionado aos humanos.


2 – Após o devastador ataque alienígena, os sobreviventes acordam para um mundo desfeito.

Os poucos sobreviventes voltam à superfície e começam a roubar comida, em supermercados, nas casas de outras pessoas, etc.

No entanto, alguns percebem que se têm que ajudar uns aos outros, de modo a aumentarem as suas hipóteses de sobrevivência.
Afinal, os Humanos passam a ter um inimigo comum: os invasores alienígenas.

Os militares que se salvaram no observatório tentam comunicar com outros ao redor do mundo. Mas sem sucesso.


3 – Emily, uma jovem invisual que sobreviveu ao ataque, já ouvia o sinal alienígena antes e continuou a ouvi-lo a espaços. Talvez por ser cega, desenvolveu uma aptidão especial na audição.
Um dia, quando estava escondida, começa a ouvir o sinal novamente, acorda a meio da noite e já vê novamente: voltou a ter o sentido da visão!
Depois vai dormir. Quando acorda de manhã, já não vê novamente: voltou a ser cega. A visão foi temporária.
Volta a dormir mais um pouco. Passadas algumas horas, volta a ouvir o sinal alienígena. E torna a ver novamente. Tem novamente o sentido da visão!

Bill e Helen tentam salvar o filho, mas não conseguem.
E descobrem que os alienígenas são similares a “cães metálicos”, com carne por dentro…

Os “cães mecanizados” andam a caçar e a matar os sobreviventes humanos.


4 – Aqui e ali, vão-se formando pequenos grupos de sobreviventes, que agora tentam fugir das criaturas mecanizadas.

Após fugir dos alienígenas mecanizados, a jovem cega (que tinha temporariamente recuperado a visão), está novamente cega.

Os extraterrestres mecanizados levam os bebés da sala de maternidade de um hospital.


5 – O cientista, neurobiólogo, Bill, estuda o cérebro dos cães metalizados (num “cão metalizado” que ele matou) e chega à conclusão que eles não têm inteligência suficiente para viajarem entre planetas.
Assim, ele depreende que estes “cães metalizados” foram criados por uma civilização avançada.
Por isso, os invasores não são os “cães metalizados”. Eles são somente o que os outros extraterrestres, mestres/donos, enviaram.

A astrofísica Catherine convence os militares a tentarem localizar a origem do sinal que eles estão a detectar. E descobrem a sua origem na superfície terrestre. Eles vão investigar essa origem do sinal.
Eles encontram uma nave alienígena tripulada que se despenhou.
Os tripulantes alienígenas morreram.
2 cães metalizados estão no local da queda, mas passam perto dos militares sem os detectarem. Os militares matam os cães metalizados.

Emily, a jovem cega, toca muito bem uma música no piano. Mas não entende como sabe tocar.

Os cães metalizados matam uma mulher grávida, abrem a sua barriga, e retiram o feto de lá de dentro, levando-o.


6 – Emily, a jovem cega, volta a ouvir o sinal dos extraterrestres.
Isso quer dizer que eles estão perto…
Além disso, como anteriormente, ao ouvir o sinal, já consegue ver novamente: volta a ter o sentido da visão. Mas Emily vê sempre a preto e branco, e não a cores.
Um cão metalizado alienígena encontra estes sobreviventes. Mas Emily parece que o consegue controlar. E ele vai-se embora.

Claramente Emily tem uma ligação aos extraterrestres; ou, pelo menos, a estes “cães metalizados”.

O jovem Sacha, filho de Chloe, de vez em quando também ouve o sinal dos alienígenas.
Ele encontra um cão mecanizado ferido (ele está em França). Sacha toca nele. E vê/imagina/sente (tem uma visão) a cara de Emily (que está em Inglaterra), sem nunca a ter visto ou saber quem ela é.

Bill continua a estudar o cão mecanizado que matou, e percebe que os extraterrestres andaram a mapear o nosso ADN. Eles conhecem o mapa do ADN humano.

Sophia, a irmã toxicodependente de Catherine, afinal não morreu.
Sophia consegue chegar ao observatório onde trabalha a sua irmã: a astrofísica Catherine.


7 – A astrofísica Catherine pensa que os extraterrestres estão todos ligados, como aves em formação.
O facto das naves e dos cães mecanizados terem matéria orgânica, fá-los estar todos ligados.
Quando a nave se despenhou, os cães mecanizados também ficaram “cegos”, daí não detectarem os militares. Os cães mecanizados sentem o mesmo que os outros, como a nave. Eles devem estar ligados por ondas de baixa frequência.

A astrofísica e os militares concluem que se os Humanos interromperem as ondas de baixa frequência entre os alienígenas, eles ficam “cegos” e deixam de funcionar corretamente.


8 – Os militares (e a astrofísica) salvam alguns civis sobreviventes que estavam escondidos na cave de um hotel.
Mas os cães metalizados atacam.
A astrofísica Catherine consegue criar um sinal rádio que interfere com as comunicações extraterrestres, e os cães metalizados ficam confusos e deixam de atacar.

Emily continua a ter uma estranha ligação às criaturas, aos cães metalizados.
Sacha também tem essa estranha ligação.
As criaturas chegam perto de um e de outro e não os matam. Eles fazem festas às criaturas. Quando tocam nas criaturas, sentem, têm visões da cara do outro (Emily toca na criatura e tem uma visão de Sacha, e Sacha toca na criatura e tem uma visão de Emily). Apesar de não se conhecerem e estarem a milhares de quilómetros de distância: Emily em Inglaterra e Sacha em França.
Ambos têm uma visão em que ambos estão na cama, deitados, a beijarem-se, como namorados… e Emily está grávida.

Emily segue um cão metalizado de modo a ir ter à nave extraterrestre de Londres.
Emily entra na nave extraterrestre. Lá dentro estão vários bebés recém-nascidos.
E está lá um humano numa máquina, a morrer ou a ser mantido vivo ligado a máquinas, que tem uma tatuagem idêntica à de Emily.

Como disse em cima, a série surpreendeu-me pela positiva.
Gostei desta primeira temporada.

É uma série bastante social: sobre a vida pessoal e familiar dos sobreviventes.
É uma série sobre a moral e as atitudes dos sobreviventes.
Pouco se fala dos extraterrestres.

Adorei a série ter partes em inglês e partes em francês, dependendo se os sobreviventes estão na Inglaterra (e são ingleses) ou em França (e são franceses).
Além disso, ao contrário do usual, não é uma série passada nos EUA.

Adorei o som do sinal ser similar ao som do filme Contacto.

A astrofísica Catherine percebe que os alienígenas vieram cá, porque nós enviamos uma mensagem para o espaço: nós transmitimos que estamos interessados em contatar com outras civilizações. Ou pelo menos, mostramos que estamos aqui.
Já fizemos isto diversas vezes, mas a mais famosa é a Mensagem de Arecibo.
Adorei o facto de terem incorporado a parte factual (do que aconteceu realmente) na série.

Gostei de ver os alienígenas metálicos com carne por dentro: são orgânicos no seu interior.



Gostei bastante das reflexões sociais que emergem da série.

Por exemplo, vê-se que a carreira científica de Catherine faz com que descure a vida familiar. Ela não tem qualquer vida familiar, e mesmo a irmã mais nova é deixada ao abandono (nem sequer se falam), sendo toxicodependente.
Muitas vezes tem que se escolher: uma melhor carreira profissional ou dar mais atenção à vida familiar?

O ataque extraterrestre levanta o dilema nas pessoas: será que se ajudam uns aos outros ou só ajudam/protegem os da própria família?
Além disso, vários sobreviventes têm que tomar decisões difíceis: colocam a sua vida em risco para salvarem outros ou fogem de modo a sobreviverem?
Em face de um ataque externo, o que prevalece? O egoísmo individual ou a humanidade toda passa a ser uma família?

Os extraterrestres querem exterminar-nos da superfície da Terra.
Mas nós somos iguais a eles: constantemente exterminamos espécies da superfície da Terra.

Kariem é africano. Ele conta que a família dele morreu, porque soldados de uma outra tribo foram à aldeia dele e mataram muita gente, incluindo a família dele. Os soldados mataram todas essas pessoas, porque elas eram de outra tribo.
Existem inúmeros exemplos pela história da Humanidade em que isto aconteceu: genocídios foram cometidos só porque as outras pessoas eram de outra religião, de outra raça, de outro país…
Isto é claramente uma projeção sobre o que os alienígenas vieram fazer à Terra: matam os Humanos só porque são de outro planeta, de outra espécie.



Sendo uma série onde prevalecem as questões sociais, isso torna os episódios um pouco parados.

A astrofísica Catherine faz uma reflexão interessante: ela diz que os alienígenas tinham planetas mais próximos com recursos (com água e minérios). Por isso, ela não compreende porque vieram à Terra.
Este é o problema em todas as séries deste género: o geocentrismo psicológico que prevalece – como se o planeta Terra fosse o mais importante do Universo, onde os extraterrestres querem sempre ir.

Os alienígenas são estranhos. E isso é bom.
Mas ao parecerem insectoides ou cães metálicos já se tornam demasiado familiares…
Além disso, são demasiado low-tech: civilizações extraterrestres que viajam entre estrelas obviamente conseguem fazer tecnologia muito mais avançada.

O cientista Bill e os militares conseguem matar os “cães metalizados” disparando sobre eles.
Não faz qualquer sentido balas (de armas) conseguirem matar seres de metal.

Ainda não se percebe porque Emily e Sacha conseguem comunicar com os “cães metalizados”.
Mas de qualquer modo, não o deveriam fazer!
Seres humanos não deveriam conseguir “sentir” seres de outros planetas…

Não se entende porque os seres alienígenas enviam cães metalizados para combates de corpo-a-corpo com os sobreviventes humanos. Não faz qualquer sentido!
Faria muito mais sentido os alienígenas enviarem um pulso eletromagnético frequentemente (por exemplo, de 6 em 6 meses), de modo a exterminarem todos os Humanos a partir do espaço, sem nunca terem que lidar com os seres humanos.

Não se entende como, no episódio 7, se vê uma família numa autocaravana que foi morta pelos cães metalizados. Como é que esta família se salvou aquando do pulso neuronal? Eles não estavam em abrigos subterrâneos. Assim, deviam ter morrido originalmente (com o pulso).



Temporada 2


1 – Emily toca no humano moribundo que está na nave e tem uma visão: num planeta sob um sol escaldante (a morrer), centenas de corpos de humanos flutuam num lago; uma mulher com uma peça metálica no exterior do seu magro braço e com a mesma tatuagem de Emily chora a perda de mais uma vida.
Emily interpreta esta visão desta forma: os alienígenas estavam a morrer no planeta deles e por isso é que vieram para a Terra, para se curarem.
Enquanto isso, a nave alienígena levanta vôo, e leva consigo Emily.

6 meses depois, um grupo de sobreviventes humanos tem encontrado inúmeros corpos de alienígenas que se parecem exatamente com humanos.
Esses corpos têm sido encontrados a flutuar em rios e lagos.
Os alienígenas humanos têm mutações genéticas no seu ADN que fazem com que pareça que são todos irmãos. Essas mutações genéticas provoca-lhes a falência dos órgãos e deixa-os incapacitados. Daí eles dependerem das criaturas metalizadas para os defenderem.
Bill quer explorar esta fraqueza no ADN dos alienígenas humanos, de modo a criar uma arma biológica que os mate a todos.

A ideia da Resistência é que os alienígenas humanos raptam os bebés e fetos humanos, de modo a usarem as células estaminais embrionárias para fazerem crescer novos órgãos de que tanto necessitam.

Vários grupos de sobreviventes humanos, que atuam como uma Resistência, decidem atacar simultaneamente várias naves alienígenas em Londres.
Primeiro, eles ativam o sinal rádio por toda a cidade de Londres que bloqueia os movimentos normais dos cães metalizados.
E depois atacam, matando os cães metalizados e entrando nas naves. Mas as naves estão desertas. Parece que os alienígenas já não estão lá.
Na verdade, era uma armadilha. Os alienígenas (que se parecem com Humanos) já estavam noutros edifícios ao redor das naves, como se fossem humanos snipers. Eles usaram essa posição para matarem os Humanos da Resistência.
Os alienígenas humanos já não estavam incapacitados: estão curados!

Numa das naves, um grupo de Resistentes encontra Emily.
O grupo consegue salvá-la e levá-la de volta para o seu esconderijo na Resistência.
Os snipers extraterrestres deixam que Emily seja carregada e salva pelos Humanos.
O objetivo dos alienígenas é que Emily encontre Bill Ward e o mate, impedindo assim que ele crie o vírus (arma biológica) que extermine os alienígenas.

Todos os extraterrestres têm a mesma tatuagem que Emily.

Sacha tinha decidido ir até Londres para encontrar Emily.
E finalmente chega a Londres.
Sacha tem visões de Emily e de ambos fazerem sexo numa arrecadação.

Micah, um alienígena com forma humana que fugiu do seu grupo, caminha até ao observatório nos Alpes franceses, onde está Catherine Durand e os militares.
Ele quer encontrar o neurobiólogo Bill Ward (que está em Londres), que, segundo Micah, é o responsável pelo sofrimento dos alienígenas.
Micah tem um livro com equações quânticas e fórmulas sobre monopolos magnéticos.


2 – Micah diz que as suas equações permitem mover objetos através do espaço-tempo. Ele também diz que a viagem deles (alienígenas) para a Terra não demorou tempo nenhum.
Os alienígenas entendem a gravidade quântica, conseguem medir a força gravitacional à escala quântica. Por isso é que conseguem manipular o espaço-tempo ao nível quântico.
Entretanto, o grupo de alienígenas que perseguia Micah chega ao Observatório, mata os militares e mata Micah. Catherine Durand e a sua irmã Sophia salvam-se, escapando do Observatório.

Bill Ward testa o ADN de Emily, e percebe que ela tem as mesmas mutações genéticas que os alienígenas.
Emily tenta matar Bill, tal como ordenado pelos alienígenas, mas não consegue. Bill fica ferido.
Bill testa (infeta) o vírus anti-alienígena (a arma biológica) em Emily. Se funcionar, Emily irá entrar em coma diabético e morrer.

Sacha encontra Emily.


3 – Catherine Durand e a sua irmã Sophia começam uma viagem a pé até Londres, na esperança de encontrar o professor Bill Ward.

Emily está cada vez mais doente. O vírus está a funcionar.
No entanto, a mãe de Emily fica a saber que Bill Ward está a fazer experiências com Emily. Bill dá insulina a Emily e termina com a experiência. Emily fica melhor.


4 – Sophia está grávida. Primeiro decide fazer um aborto, porque nesta altura do planeta não conseguirá manter o bebé seguro e bem tratado, mas depois reconsidera e decide ter o bebé.

Sacha e Emily estão cada vez mais próximos um do outro, emocionalmente.
Sacha tenta matar Bill Ward. Um outro humano, Ash, tenta salvar Bill. Sacha mata Ash.
Sacha persegue Bill. Bill escapa e foge deste grupo da resistência.

Sacha e Emily beijam-se e fazem sexo, tal como tinham “previsto” nas suas visões.


5 – Bill junta-se a outro grupo de resistência.
Esse grupo detém uma refém alienígena (que tem a forma de uma jovem humana). A jovem Isla é torturada pelos 3 homens militares desse grupo.
Bill liberta a jovem alienígena Isla, fugindo com ela.


6 – Das conversas com Isla, Bill fica a saber que os alienígenas estavam em declínio porque não conseguiam ter filhos vivos: os filhos nasciam sempre mortos.
Bill assiste Isla medicamente e quando ela já está boa, deixa-a partir. Isla vai ter com os outros alienígenas com forma humana.

O grupo de resistência fica a saber que Sacha matou Ash.
Sacha foge do grupo.

O grupo de resistência vai até ao antigo laboratório de Bill Ward na universidade em Londres, encontrar-se com Bill, de modo a que Bill continue a testar com Emily.
Sacha segue o grupo.

Catherine Durand percebe que os alienígenas viajaram através do tempo para chegarem à Terra. Os alienígenas viajaram para o passado.
Os alienígenas não viajaram no espaço, mas sim no tempo, para chegarem à Terra atual.
Os alienígenas são, na verdade, humanos do futuro. Eles não são alienígenas!


7 – Bill Ward continua os testes em Emily. Apesar de estar de acordo com esses testes, Emily sofre efeitos secundários graves.
A severidade dos efeitos secundários deve-se, em parte, a Emily estar grávida! Sacha é o pai, como tinha previsto nas suas visões.

Sacha, que seguiu o grupo, tenta salvar Emily. Sacha mata a mãe de Emily e leva Emily para os alienígenas, de modo a que estes salvem Emily e o bebé.
Mas Isla contou que Emily estava infetada com o vírus. Por isso, os alienígenas colocam Emily numa nave espacial, onde ela só infeta um alienígena. A nave, com Emily e Sacha, parte em direção ao espaço.

Na nave, Emily e Sacha têm uma visão do futuro: com a ajuda dos cães mecânicos, Emily tem o filho; e Sacha tem acesso a todo o conhecimento do povo alienígena.

Catherine Durand chega finalmente a Londres e encontra o grupo de Bill Ward.
Catherine dá o livro de apontamentos do alienígena Micah a Bill e conta tudo a Bill sobre os alienígenas: os alienígenas são humanos do futuro que viajaram no tempo.

Bill Ward fica a saber pela mãe de Sacha que Sacha, tal como todos os alienígenas, tem distrofia muscular.
A mutação nos genes dos alienígenas provoca-lhes distrofia muscular.

Bill Ward percebe que a raça dos alienígenas começou com Emily e Sacha.
Emily e Sacha são o Adão e Eva da raça alienígena.
Por isso é que todos os alienígenas têm distrofia muscular (vinda de Sacha) e a doença de Stargardt (vinda de Emily). Foram os genes de Sacha e Emily que causaram as mutações genéticas na civilização alienígena.
Também é por isso que Emily e Sacha conseguiam comunicar com os alienígenas mecânicos.
Os descendentes de Sacha e Emily foram os que viajaram no tempo e voltaram à Terra milhares de anos depois (para eles).


8 – Na nave, Emily percebe que ela e Sacha são os causadores de toda a morte na Terra.
Emily também percebe que Sacha é um assassino (até matou a mãe de Emily).
Por isso, Emily tenta suicidar-se.
Sacha evita que ela se suicide e prende-a na nave.

Bill e Isla encontram-se.
Bill pede ajuda a Isla para compreender como pode viajar para o passado e prevenir a guerra entre os dois povos.
Isla inicialmente recusa dar essa ajuda.
No entanto, posteriormente, Isla encontra-se com Bill Ward para o ajudar.
Utilizando o conhecimento no livro de Micah, Bill Ward planeia viajar para o passado. Bill entra numa nave alienígena. Os alienígenas do futuro seguem-no (a Bill, a Isla e a Catherine). Os alienígenas matam Catherine e Isla. Mas Bill consegue viajar para o passado.
Bill Ward tem o destino da Humanidade nas suas mãos.

Bill Ward acorda no seu passado, num hospital.
Mas não foi só Bill que foi transportado para o passado. Toda a gente que estava dentro da nave espacial foi transportada para esse passado.
Isla também foi transportada para o passado, mas está morta.
Adina, a líder dos humanos do futuro, acorda também no mesmo hospital de Bill Ward. Outros humanos do futuro, que também estavam dentro da nave, também acordam nesse hospital.
Emily (a original) também está no mesmo hospital. Ela está cega, mas está a ouvir uns sons e a ter umas visões, e por isso decide ir ao hospital ver o que se passa com ela (na verdade, ela está a começar a ouvir os alienígenas a chegar e a ter visões do futuro).

Bill Ward mata Emily, quebrando o ciclo de tempo (time loop).
Assim, Emily e Sacha não se podem tornar os antepassados dos Humanos do futuro que iriam chegar agora e matar biliões de pessoas.

O tempo passou e os “alienígenas” não atacaram.
Bill Ward percebe que conseguiu impedir a morte de biliões de pessoas.

No entanto, Bill Ward é preso, pelo homicídio de Emily.

Zoe, que era uma das líderes do grupo de resistência dos Humanos a que Bill Ward pertencia, nesta linha do tempo (original para ela), começa a sonhar com eventos que se passaram na outra linha do tempo. Incluindo sonha com Bill Ward, apesar de não o conhecer.
Posteriormente, lê na internet que Bill Ward existe, e foi preso pelo homicídio de Emily.

No hospital, é confiscado o livro de Micah. Era Isla que o tinha. Na morgue do hospital, o livro com as anotações sobre como viajar no tempo é arquivado numa sala com milhares de outros arquivos.

Várias coisas da primeira temporada continuam nesta segunda temporada.
Exemplos:
Adorei a série ter partes em inglês e partes em francês, dependendo se os sobreviventes estão na Inglaterra (e são ingleses) ou em França (e são franceses).
Além disso, ao contrário do habitual, não é uma série passada nos EUA.
A série continua a debater algumas questões sociais, o que a torna um pouco parada. Mas a parte social não é tão importante nesta segunda temporada.


A melhor característica desta segunda temporada é o enorme twist sobre os invasores alienígenas.
Eles não são alienígenas. São sim humanos do futuro, que viajaram no tempo para o seu passado.
Este twist foi fabuloso!

Bill Ward percebeu que a raça dos invasores começou com Emily e Sacha, que são o seu Adão e Eva.
Por isso é que todos os alienígenas têm distrofia muscular (vinda de Sacha) e a doença de Stargardt (vinda de Emily).
Foram os genes de Sacha e Emily que causaram as mutações genéticas na civilização alienígena.
Os descendentes de Sacha e Emily foram os que viajaram no tempo e voltaram à Terra.
Esta história é excelente! Em termos de biologia e de história astronómica!

Gostei de ver Isla contar a Bill Ward que os humanos do futuro sabiam que Bill Ward iria tentar matá-los e fazer com que os seus antepassados (Emily e Sacha) fugissem do planeta.
Isla diz que essa história tem sido passada entre gerações.
Atualmente, podemos estar a passar por uma “história que vai ser contada por gerações” e não sabemos.

Adorei as naves dos invasores: elas estão vivas!
Tal como os cães metalizados, as naves comportam-se como seres vivos, que seguem as ordens cerebrais dos humanos.

Gostei do dilema moral a que Emily teve que se submeter: ou dizima uma raça inteira de alienígenas desconhecidos ou deixa que dizimem a sua família (e o resto da raça humana).

Gostei da discussão sobre as viagens para o passado, e das consequências para a linha temporal.
Ao viajar para o passado, o presente deixa de existir, porque Bill iria alterá-lo.
Assim, Sophia já não terá um filho (o filho deixará de existir), nem terá namorado, e continuará a ser toxicodependente.
Várias pessoas que morreram, deixarão de morrer (continuarão vivas).
Outras pessoas que se salvaram, vão morrer de outras causas.
Os amigos atuais nem sequer se vão conhecer.
Etc…

A ideia da Resistência era de que os alienígenas humanos raptavam os bebés e fetos humanos, de modo a usarem as células estaminais embrionárias para fazerem crescer novos órgãos de que tanto necessitam.
Mas afinal, num novo twist, os alienígenas humanos raptam os bebés humanos, matando os seus pais, para criarem os bebés como se fossem seus, de modo a que a sua raça, de humanos do futuro, continue prosperando, sem limitações genéticas.
Ou seja, os alienígenas humanos raptam os bebés humanos para ficarem com eles. Como eles não podem ter filhos, raptam os bebés humanos para os adoptarem e os criarem como sendo seus pais.

Gostei da reflexão de Isla (e de outros alienígenas humanos): os alienígenas não são assim tão diferentes dos Humanos. Os dois povos devem, supostamente, odiar-se. Mas, na prática, são muito parecidos em termos de características psicológicas. Isla e outros alienígenas humanos começam a gostar de algumas características dos Humanos (os bebés, a música, etc).

Gostei bastante de Bill Ward estar a criar um vírus para matar os alienígenas.
Tal como na história original, a vitória dos Humanos deve ser devido a um vírus que mata os alienígenas.


Se Emily e Sacha são os antepassados de todos os Humanos do futuro, como é que isso aconteceu?
Tal como na história de Adão e Eva, irá existir uma enorme propensão para o incesto certamente.
E o incesto durante várias gerações leva a problemas genéticos.

Se os Humanos do futuro são os descendentes dos Humanos atuais, não faz sentido matar tantos milhões de Humanos. Não faz sentido matarem os seus tetra-tetra-tetra-avôs.

Existe nesta série um geocentrismo psicológico temporal: o nosso tempo é o mais importante!
Porque não mataram Bill Ward em criança, por exemplo?

Isla conta a Bill Ward que os humanos do futuro sabiam que Bill Ward iria tentar matá-los e fazer com que os seus antepassados (Emily e Sacha) fugissem do planeta. Essa história tem sido passada entre gerações.
Por isso é que mal chegaram à Terra, planeavam matar Bill Ward.
Mas quão difícil é matar só uma pessoa para um povo que consegue viajar no tempo? Não faz sentido Bill continuar vivo.

O objetivo dos alienígenas é que Emily encontre Bill Ward e impeça que ele crie o vírus (arma biológica) que extermine os alienígenas.
Não era mais fácil os próprios alienígenas matarem Bill Ward?
Os alienígenas podiam fazer isso com o pulso eletromagnético ou com os cães metalizados.

Os alienígenas passam a raptar adolescentes humanos, colocam bombas-relógio dentro deles, e enviam-nos de volta aos grupos da Resistência. Quando os adolescentes lá chegam, a bomba rebenta.
Porque os alienígenas fazem cirurgias nos adolescentes, colocando-lhes bombas?
Era mais fácil matarem os humanos com o pulso eletromagnético!

Os alienígenas humanos começam a combater os Humanos com armas normais (humanas) e em combates corpo-a-corpo. Mas isto não faz qualquer sentido!
Seria o mesmo que um humano decidir que mataria uma formiga em combate de corpo-a-corpo com ela e com as armas dela. É ridículo!

No futuro, os Humanos conseguem criar as viagens no tempo.
Mas não conseguem fazer engenharia genética de modo a poderem ter filhos?
Mais uma vez, isto não faz qualquer sentido.

Como sempre acontece, não é explicado o mecanismo de viagem para o passado.
Só é dito que é através de uma onda de matéria (matter wave) nas naves.


O final da 2ª temporada pode levar a conspirações:
– livros com muita informação relevante podem estar arquivados algures,
– sonhos de pessoas podem ser de uma outra vida noutra linha temporal,
– etc.

Eles falam da Web Quântica, como sendo uma rede neurológica que os alienígenas e os seus cães metalizados partilham, estando assim sempre em contato uns com os outros.
É a essa rede, Quantum Web, que Emily consegue aceder para sentir/dar ordens aos cães metalizados.
A ideia é interessante, mas parece-me a estratégia de colocar a palavra Quântica em tudo!


Por fim, identifiquei dois paradoxos temporais.

O que existiu primeiro? A fuga de Emily e Sacha do planeta ou a vinda dos humanos do futuro?
Qual foi a causa e qual foi o efeito?

Emily e Sacha só fogem do planeta após existir uma invasão dos humanos do futuro (sem essa invasão, não existiriam naves para eles fugirem).
Mas os humanos do futuro só existem (com os tais defeitos genéticos) porque Emily e Sacha fugiram primeiro do planeta.
Assim, o que se passou primeiro?

Na linha temporal original:
– se não existiu invasão, então Emily e Sacha não fugiam, e por isso não iriam existir estes humanos do futuro.
– se existiu invasão destes humanos no futuro, então é porque anteriormente Emily e Sacha já tinham fugido nas naves. Mas eles só fugiriam se anteriormente tivesse existido invasão.

Este é o time loop referido no último episódio da segunda temporada.
É um tempo circular: a invasão faz com que Emily e Sacha fujam do planeta, o que leva a que existam humanos do futuro que invadam a Terra no tempo de Emily e Sacha.


O outro paradoxo temporal tem a ver com a nova linha do tempo.

Na nova linha do tempo, Emily morre e por isso os humanos invasores do futuro não existem.
Mas se não existem, como é que Emily – antes de morrer – ouve o som das suas máquinas e tem visões de muitos humanos mortos? A Web Quântica dos futuros humanos (que faz com que Emily esteja ligada a eles) não deveria existir…
Da mesma forma, Zoe sonha com imagens da outra linha temporal.
Como é que Emily e Zoe têm visões de um futuro que não vai acontecer?

Será que essas visões são de um possível futuro, numa infinidade de possibilidades, e o facto de Bill matar Emily colapsou (determinou) uma dessas possibilidades?

2 comentários

  1. Ora, se mandassem pulsos magnéticos períódicos, realmente, seria mais lógico e eficiente mas aí a série viraria um curta-metragem…um bom tópicp: ciência daria bons filmes ou séries? Interestelar seria um bom exemplo, para mim..já Guerra nas Estrelas não faz o menor sentido….armas de mão, rifles, caças espaciais…parecem apenas a segunda guerra levada ao espaço…a tecnologia de combate avançada prescindirá de seres vivos e combates…serão apenas raios, bombas, vírus, pulsos e drones…num futuro tecnológico de viagens espaciais o ser humano estará, biologicamente, ultrapassado…

    1. Concordo! A série seria muito curta… 🙂

      Quanto à Guerra das Estrelas também concordo! 🙂

      Excelente perspetiva 😉

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