Não acreditava no coronavirus e morreu

“Um homem de 30 anos, que acreditava que a COVID-19 era uma fraude, frequentou uma festa COVID no Texas, EUA, na qual acabou por ficar infetado e morrer.
(…)
O objetivo destas festas é conferir se a doença é real ou tentar ganhar imunidade. O homem quis fazer o teste e acabou por morrer. Em declarações aos jornalistas, a diretora do Hospital Metodista de San Antonio, Jane Appleby, contou que “pouco antes de morrer”, o paciente olhou para a enfermeira e disse: “Acho que cometi um erro. Pensava que isto era um embuste, mas não é”.”

Infelizmente, esta foi uma história ouvida/lida centenas de vezes ao longo da pandemia, nos EUA, durante a Administração Trump (outros exemplos: Tony Green e Debi Patterson).
Pessoas – normalmente do partido Republicano – levadas pelo que Trump lhes dizia, desvalorizavam a pandemia: não usavam máscaras, não praticavam distanciamento social, etc. Muitas delas ficaram doentes e várias morreram.

Crédito: CNN

Vários políticos republicanos importantes também chegaram a ficar infetados com o vírus.
Vários desses políticos são deputados no Congresso americano.
Alguns deles morreram, como os republicanos Ron Wright e Luke Letlow.
Vários desses políticos ficaram infetados, juntamente com milhares de outras pessoas, em comícios de Trump.

Herman Cain, que até foi um dos candidatos a presidente, pelo partido republicano, morreu de COVID-19, após ter estado presente num comício de Trump.
O comício estava cheio de pessoas que não usavam máscaras nem praticavam distanciamento social.

Mesmo com um dos seus maiores apoiantes a morrer – provavelmente porque esteve no comício -, Trump continuou a não querer saber dos seus apoiantes ou das pessoas que trabalhavam para ele.
Daí que a Casa Branca teve vários surtos de COVID-19, “surpreendentemente” (*ironia*) após eventos no jardim da Casa Branca.
Trump falava para um grupo de pessoas, que nunca usavam máscara nem praticavam distanciamento social.

Isto deixa-me chateado.
Em primeiro lugar, porque se perderam muitas vidas sem qualquer necessidade. Essa perda de vidas era evitável.
Em segundo lugar, porque não entendo como isto não é criminalizado. É verdade que aquelas pessoas foram a comícios de sua livre vontade. A responsabilidade é delas. Mas Trump não fomentou isso? Não existiu, no mínimo, negligência da sua parte ao potenciar eventos super-spreaders (que contagiam centenas de pessoas)?

3 comentários

  1. è, ,eu amigo…vc nem imagina o que é viver num país que foi totalmente influenciado pelas “ideias” desse Trump como o Brasil foi. De simplesmente sugerir o uso de máscaras vc é atacado por um turba odienta via mídias sociais.
    Se pregar distanciamento nas ruas periga ser atacado fisicamente.
    Não entendo que política é essa que pode ficar discutindo uma doença (se ela existe, ou não) e combater medidas simples de controle da propagação (máscara, distanciamento, lavar as mãos, etc).
    Nem pensar em falar em lockdown que aí periga ir para linchamento.
    Tempos estranhos que se parecem com a idade média, não por desconhecimento, mas por opção.

      • Jonathan Malavolta on 26/04/2021 at 00:11
      • Responder

      Me lembrei de um caso ocorrido aqui em minha região, e o sujeito ainda se escondia por detrás de um meme. O telejornal regional (Fronteira Notícias) com uma médica sanitarista no estúdio debatendo a respeito dos planos do Dória de reabrir ou não o comércio, debate com a participação da população pela internet, um pentelho disfarçado de Jaílson Mendes digita no telão:
      “Pergunta pra essa senhora se já posso parar de lavar minhas mãos. Já não aguento mais essa arruaça de coronavírus.”
      A médica ficou embasbacada, e o jornalista se aproveitou para dar um puxão de orelha:
      “Vai lavar as mãos, porquinho! Lavagem das mãos é higiene básica que se aprende no Pré-Escolar.”
      O jornalista está correto, em minha opinião.

      É, Oeste Paulista: quem te viu, quem te vê…

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