Novos coronavírus à espreita

Pesquisadores da EcoHealth Alliance alimentam um morcego após colherem amostras.
Crédito: Kevin Olival

“”Centenas” de novos coronavírus em morcegos da China. Alguns com “alto potencial de transmissão entre espécies”.

Cientistas alertam que “é muito provável” que no futuro a humanidade enfrente novas pandemias.

Foram os cientistas da EcoHealth Alliance e do Instituto Wuhan de Virologia, localizado na cidade chinesa onde foram detetados os primeiros casos de COVID-19, que encontraram centenas de novos coronavírus em morcegos na China.
Realizaram mais de 1200 sequências genéticas nos coronavírus encontrados nestes animais e identificaram 630 novos.

Para este estudo, os cientistas recolheram amostras de milhares de morcegos, provenientes de 15 províncias chinesas.
Depois das análises efetuadas, identificaram 630 novas sequências genéticas que foram agora publicadas, mas que não correspondem necessariamente a 630 novas espécies de coronavírus.

(…)

“Quando apanhamos um morcego, quase sempre ele dá negativo para coronavírus. Para encontrar um positivo temos que examinar centenas”.

“Os morcegos não devem ser responsabilizados. Eles são ótimos para os ecossistemas. Se gosta de tequila, deve agradecer aos morcegos, porque eles são os polinizadores da planta com a qual a tequila é feita”, exemplifica Zambrana quando fala na importância destes animais, sem esconder a preocupação com a estigmatização que estes podem sofrer.

Estes mamíferos são muito importantes para o equilíbrio dos ecossistemas. São responsáveis pela “polinização de plantas, controlam pragas agrícolas e comem toneladas de mosquitos que transmitem doenças, como malária, dengue ou Zika” (…)
“Os benefícios que os morcegos trazem para os ecossistemas são, de longe, muito maiores do que os possíveis riscos”.

(…)

Carlos Zambrana, ecologista boliviano da EcoHealth Alliance – organização internacional com sede em Nova Iorque, que investiga doenças emergentes com origem na natureza, -, explica que “o sudoeste da China é um centro de diversidade” deste vírus.
Lá se dá uma tempestade perfeita: uma grande quantidade de espécies de morcegos — cada uma com seu vírus característicos —, uma alta densidade populacional humana e um constante contato entre pessoas e animais, que inclui caçar e comer morcegos.

É como se um SARS-Cov-3 estivesse à espreita, pronto para infetar a humanidade.
Um hipotético irmão SARS-CoV-3 pode já estar escondido na natureza à espera de um próximo ataque à humanidade.”

Fontes: Diário de Notícias, El País.

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