Fluvoxamina reduz doença de COVID-19?

No início do mês, tivemos a notícia, aqui, de que, aparentemente (são precisos mais estudos), o comprimido anti-viral Molnupiravir da empresa Merck, tomado oralmente, reduz em 50% o risco de hospitalização e de morte em doentes COVID-19.

Agora, um estudo publicado na revista científica The Lancet mostra que aparentemente o comprimido antidepressivo Fluvoxamina pode reduzir em 5%, em termos absolutos, até 32%, em termos relativos, o risco de internamentos hospitalares prolongados em doentes COVID-19.

“Segundo a investigação, 741 participantes receberam 100 mg de fluvoxamina duas vezes ao dia durante dez dias e 756 participantes receberam um placebo, tendo sido observados durante 28 dias após o tratamento.
Dos 741 participantes que receberam fluvoxamina, 79 (10,6%) necessitaram de uma permanência prolongada por mais de seis horas num serviço de urgência ou hospitalização, contra 119 dos 756 participantes (15,7%) que receberam o placebo.
(…)
Embora a mortalidade não tenha sido um objetivo de análise primário do estudo, numa análise secundária “por protocolo” de doentes que tomaram pelo menos 80% das doses de medicação, houve uma morte no grupo da fluvoxamina, contra 12 no grupo placebo.”

“Este estudo foi feito com adultos brasileiros sintomáticos, com teste positivo à COVID-19, que não foram vacinados e tinham pelo menos um critério adicional de alto risco.”

Este medicamento diminui a inflamação causada pelo coronavírus.
Ou seja, ele não ataca o vírus, não cura a pessoa, mas ajuda na resposta imunológica, diminuindo os efeitos da doença.

No entanto, os efeitos positivos são evidentes somente quando este medicamento é tomado no início da infeção (até 7 dias após as pessoas ficarem infetadas).

Reafirmo que, tal como para o Molnupiravir, também neste caso do Fluvoxamina são necessários mais estudos (e uma maior amostra) para saber se os resultados são confirmados de forma independente.
Além disso, ainda não se conseguiu definir qual a melhor dosagem, durante quanto tempo deve ser tomado, em quais doentes específicos, e exatamente em qual altura da infeção deve ser tomado.
Só sabendo esses (e outros) parâmetros, se pode administrar o medicamento de forma eficaz no tratamento da infeção por COVID-19.

Fontes: artigo científico, Science Media Centre, Wall Street Journal, Folha, Globo, SIC notícias.

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