Universo-Espelho

A Teoria do Big Bang é a teoria que melhor explica o surgimento do Universo.
É uma teoria científica, o que quer dizer que está baseada em várias evidências e resultados de experiências.

A Teoria diz-nos que o Universo (espaço e tempo, com tudo incluído) nasceu há 13,8 mil milhões (bilhões) de anos.
Esta “explosão” inicial é a razão do Universo continuar em expansão até agora.

No entanto, como em tudo em ciência, a teoria está sempre a melhorar.

Neil Turok é um dos físicos, a nível mundial, que querem melhorar a Teoria do Big Bang.

Ele acha que se estão constantemente a incluir novas variáveis, em face de novas evidências.
E quantas mais variáveis, mais a explicação do Universo se torna complexa.
Por exemplo, imaginando novas partículas, novas dimensões, campos invisíveis, cordas minúsculas, membranas, matéria negra, energia negra, etc.

Ele próprio já foi defensor das super-cordas, mas estas hipóteses tornaram-se demasiado complexas, com explicações ad hoc.

Atualmente, a sua visão é que o Universo é extremamente simples.
Sem as complicações que têm que ser adicionadas à Teoria do Big Bang.

Segundo Turok: “Estamos nos afogando em teorias. O universo é incrivelmente económico. Ele tem alguns princípios e usa-os continuamente.”

Neil Turok defende a ideia de um Universo-Espelho.
Neste modelo, o Universo não viola o princípio de simetria da mecânica quântica.

O Universo “do outro lado do espelho”, o “anti-universo”, é feito predominantemente de anti-matéria, e o tempo anda “para trás”.

Nesta conceção de Universo-Espelho, a chamada matéria escura na verdade são os neutrinos destros (que ainda não foram detetados).

O neutrino não possui uma imagem simétrica: a partícula “gira” (tem um spin) para uma certa direção, mas não existe com o giro na direção contrária. Ou seja, existem neutrinos “canhotos”, mas não existem os “destros”. Com o antineutrino, que é a antipartícula correspondente ao neutrino no mundo da antimatéria, acontece o contrário: existem apenas os “destros”.”

Note-se que esta ideia de um Universo-Espelho, com as partículas “em falta” neste Universo estarem nesse Universo, não é nova, existindo já algumas experiências nesse sentido.

Para Turok, a chave para entender os mistérios do universo, não é adicionar ingredientes, mas sim tentar compreender a “surpreendente simplicidade, beleza, elegância e economia” da natureza.

Esta ideia de simplicidade sempre existiu na tentativa de compreensão da natureza pelo Homem.
A noção de que “o que é simples, é belo”, está subjacente às ideias de muitos filósofos e cientistas ao longo da história, incluindo de Einstein.

Claro que a noção de “beleza” é subjetiva.
Mas parece-me que as teorias mais abrangentes são belas, na sua simplicidade 😉

Esta ideia de Universo-Espelho não me parece colocar em causa a Teoria do Big Bang, mas simplesmente expande-a.
É como a Teoria da Relatividade em relação à Teoria da Gravidade.
Neste caso, o Big Bang continua a existir, mas em vez de criar um só Universo inteiro, criou um Universo “partido” em dois.

A possibilidade de no Universo-Espelho o tempo andar “para trás” é interessante, porque estamos a pensar em relação ao nosso Universo. O “outro tempo” só “anda para trás” em relação a nós. Para quem viva nesse Universo-Espelho, o tempo deles está sempre a andar normalmente, para a “frente”, na direção correta. Para “eles”, o nosso Universo é que tem o “tempo a andar para trás”. Nós é que podemos estar a andar ao contrário 🙂

Por último, tive imensa dificuldade em escrever o nome do físico: Neil Turok.
Por várias vezes, enganei-me e tive que apagar e corrigir o nome.
Porquê? Porque só me lembrava da personagem de Star Trek Voyager, e estava sempre a escrever o nome dele: Tuvok.

2 comentários

  1. “Porque só me lembrava da personagem de Star Trek Voyager, e estava sempre a escrever o nome dele: Tuvok.”

    Ainda escapou uma 🙂 (último parágrafo antes da imagem)

    1. Pois foi! 🙁

      Obrigado pela correção! 🙂

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