Há milhares de anos atrás, começaram a existir as primeiras cartas estelares.
Nessa altura, astronomia e astrologia eram similares. Ambas assumiam que o Universo era pequenino e geocêntrico (com a Terra no centro), em que os seres humanos eram influenciados pelo que acontecia nos céus. O Universo existia somente para influenciar os seres humanos.
Entretanto, a astronomia evoluiu: tornou-se uma ciência, seguindo o método científico, com observações, experiências, análises objetivas dos resultados e construções teóricas (teorias) com base nos resultados objetivos dos testes. Ao estudar o Universo de forma científica, a astronomia percebeu que vivemos num sistema solar heliocêntrico e que o Universo é demasiado grande (com bilhões de sistemas estelares) para se importar com uns minúsculos seres humanos. As estrelas (ou outros planetas do Sistema Solar) não nos influenciam.
Enquanto isso, a astrologia manteve-se igual: baseia-se num modelo geocêntrico, em que os Humanos continuam a ser muito especiais. Por exemplo, a astrologia continua a assumir que numa constelação, as estrelas estão à mesma distância de nós (e por isso influenciam-nos de igual forma) – quando sabemos que isto é absoluta mentira.
Uma distinção bastante clara é o caso dos signos.
Os signos (constelações do zodíaco) são construções humanas. Não existem por si próprias. Podemos ligar os pontos (estrelas) de diferentes formas, até porque elas não estão à mesma distância de nós.
A astronomia sabe que o Sol passa atualmente por 13 constelações (signos), e que o Sol passa tempos diferentes em cada constelação ao mover-se pelo céu.
Já a astrologia assume que o Sol continua a passar somente por 12 signos, e que passa os mesmos dias em cada um deles.
Por isso – e pela Precessão da Terra -, é que os signos da astrologia não estão de acordo com a astronomia.
A astronomia seguiu a via do conhecimento: ciência.
A astrologia seguiu a via da crença: pseudociência.
Por isso é que deixaram de ser amigas.
A utilização de signos (constelações do zodíaco) não faz da astrologia amiga da astronomia, assim como eu utilizar uma picareta não faz de mim pedreiro ou eu utilizar uma calculadora não faz de mim um doutorado em matemática aplicada.
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