Ilusão do livre arbítrio

Este cartoon do Abstruse Goose dá que pensar…

Crédito: Abstruse Goose

Provavelmente, este é um cartoon que defende o niilismo existencial: “que argumenta que a vida é sem sentido objetivo, propósito ou valor intrínseco. No que diz respeito ao universo, o niilismo existencial postula que um único ser humano ou mesmo toda a espécie humana é insignificante, sem propósito e irrisória a ponto de não mudar em nada a totalidade da existência.”

Este é um argumento que utilizo muitas vezes nos artigos, de modo a criticar a forma antropocêntrica com que imaginamos potenciais seres extraterrestres.
Somos insignificantes no Universo. Não há qualquer razão para outros serem como nós: em termos de corpo, comportamentos, desejos, motivos, etc.


Quanto ao cartoon, se atentarmos somente nos factos, o que vemos é que algumas religiões (como a Católica) dão muita relevância ao livre arbítrio. No entanto, no final, toda a gente acaba por morrer. Independentemente das escolhas que façamos ao longo da vida, o final é igual para todos (“matadouro”).

Numa perspetiva cosmológica, ter existido a pessoa X num minúsculo pedaço de pó no Universo (Terra) durante 80 anos, em quase 14 mil milhões de anos, é absolutamente irrisório.
Tal como é irrisória para mim, a existência durante 10 anos (terrestres) da formiga Y no planeta XPTO que se encontra num sistema solar de uma galáxia para lá do universo conhecido. O que ela faz ou deixa de fazer não me afeta.
O que sei é que ela, independentemente das “escolhas” que faça ao longo da vida, acabará por morrer, sendo esquecida pelo Universo.


Isto dá que pensar sobre o peso que damos, ao longo da nossa vida, ao stress, ao trabalho, aos problemas pessoais, às discussões, aos ódios de estimação, etc, etc, etc.
Porque valorizamos tanto a negatividade e o stress, se temos o mesmo final que as pessoas que levam a vida de forma positiva e sem grandes stresses?

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