Guerra biológica?

As guerras biológicas são conflitos onde uma das partes utiliza microorganismos como se fosse uma arma, dizimando a vida dos combatentes inimigos.

Pela História, as guerras biológicas foram sendo utilizadas.
Os Mongóis, por exemplo, utilizavam esta tática: Gengis Khan utilizava corpos em decomposição para contaminar as águas de cidades inimigas e atirava cadáveres de vítimas da peste negra para dizimar cidades cercadas.
Os Maias, por exemplo, apanharam doenças passadas pelos cavalos, que os colonizadores europeus levaram. Não foi intencional, mas a verdade é que resultou no extermínio de muitos Maias.
Já os Britânicos passaram varíola aos nativos americanos, propositadamente, oferecendo-lhes cobertores impregnados com o vírus que causa a varíola.
Assim, a guerra biológica não é nada de novo.

Atualmente, diversos países (incluindo EUA e Rússia) têm programas de investigação de agentes patogéneos para uso de guerra.
São laboratórios de investigação: servem para se ter mais conhecimento científico sobre essa vida; e esse conhecimento pode ser utilizado posteriormente politicamente como defesa ou ataque.

Tudo isto é conhecido.
E existem evidências para esse uso.

Crédito: United Nations TV / Associated Press

Isto vem a propósito das palavras de Vasily Nebenzya, o representante russo nas Nações Unidas, no final da semana passada.

Após falar de “bombas sujas”, agora vem falar de “mosquitos de combate”, sem quaisquer evidências do seu uso em terreno de guerra: “atirar barro à parede para ver se pega” é uma conhecida falácia.

Segundo ele, em terreno Ucraniano foram encontrados drones carregados de mosquitos que transportam doenças. O objetivo, segundo ele, seria “bombardear” áreas na Ucrânia invadidas pelos russos, com esses mosquitos, de modo a eles infetarem os soldados russos. Consequentemente, o poderio militar russo ficaria diminuído.
Nebenzya também disse que a Rússia tem em seu poder documentos que comprovam que andam a ser espalhadas doenças, através do uso de aves migratórias e morcegos, nomeadamente o coronavírus, a gripe, etc.

Como eu disse atrás, utilizar técnicas de guerra biológica não é uma novidade: já existe há muitos séculos.
No entanto, é estranho serem utilizados argumentos comprovadamente falsos que são espalhados por websites conspiracionistas há 2 anos! Não, o coronavírus não foi conscientemente espalhado pelo mundo.
Ademais, a conspiração de que armas bacteriológicas estavam a ser colocadas em aves, também já foi desmentida como parva, em Março.
Adicionalmente, como é que ele assume que existem mosquitos que só infetam militares? Como é que os mosquitos distinguem os militares dos civis?
Por outro lado, como esses mosquitos ou aves migratórias, sabem se uma pessoa está a combater pela Rússia ou pela Ucrânia? Que eu saiba, os mosquitos ainda não são assim tão inteligentes…
Além disso, será que Nebenzya sabe que Novembro não é um bom mês para os mosquitos?

Por fim, o que a mim me chateia, é existirem alegações extraordinárias (loucas) nas Nações Unidas, sem quaisquer evidências a comprovar o que é dito. Atira-se coisas para o ar, por mais infundadas que sejam.
Já sei que vão existir comentários a falarem dos EUA, aquando das supostas “provas” para invadir o Iraque. Sim, isso foi completamente errado na altura; como agora é completamente errado.
Se não existirem evidências objetivas – com avaliação independente – das alegações feitas, então não deveriam ser aceites como argumentos em reuniões das Nações Unidas.

Mostrem as evidências: eu gostava de ter mais conhecimento sobre esses mosquitos que distinguem militares de civis, e que distinguem Ucranianos de Russos.
Também existem mosquitos que distinguem Portugueses de Espanhóis? E Brasileiros de Argentinos?

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 02/11/2022 at 11:41
    • Responder

    Como diria o Pica-Pau (Woody Woodpeecker):
    “Essa gente inventa cada coisa.”
    Pois é! Até desculpa para ser inocentado ou incriminar (culpabilizar) a vítima.

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