Mudança cultural: mais pais em casa

Crédito: The Guardian

Apesar de não ser ciência, pareceu-me muito interessante este artigo no jornal The Guardian.

O artigo noticia que, desde a pandemia, no Reino Unido, os dados estatísticos mostram que existem muitos mais pais a ficar em casa com as crianças (com as mães a trabalhar fora de casa).
Existem mais 34% de pais a ficar em casa, em relação aos valores pré-pandemia.

Dito assim, parece que tem existido um terramoto cultural no Reino Unido.
No entanto, estes títulos são enganadores.

O artigo explica que antes da pandemia 1 em 14 pais (7%) ficava em casa com as crianças (stay-at-home, doméstico), enquanto as mães saíam para trabalhar fora (também existem mais mães a trabalhar fora de casa).
Atualmente, o valor é de 1 em 9 pais (11%).

O que se pode concluir é que, assumindo que só um dos pais fica em casa, então em cada 100 lares: 89 lares têm a mãe em casa e 11 lares têm o pai em casa.
Assim, existe uma maior equidade entre sexos, comparado com o passado, mas a mudança cultural não é “monumental”…

Além disto, registo que algumas destas conclusões podem ser falaciosas, já que o que se sabe é que os pais estão desempregados: não se sabe se eles cuidam realmente dos filhos. Apesar de alguns estudos mostrarem que existem mais pais a dizer que cuidam das crianças.

O artigo contém alguns testemunhos de pais que fizeram essa opção de ficarem em casa a tomarem conta das crianças


Pessoalmente, a experiência que tenho, é que presencio isto nos EUA há duas décadas, dentro de um contexto universitário. Ou seja, nos EUA, a experiência que tenho é que é quase indiferente se é o homem ou a mulher a ficar em casa, a estudar (tirar o mestrado/doutoramento), a ter que se mudar para outro estado porque o/a companheiro/a conseguiu lá um bom emprego, etc. Ainda não existe equidade, mas essa equidade é superior a qualquer outro país em que eu tenha vivido/visitado.

Talvez seja similar ao que existe na Europa do Norte (Suécia, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Islândia), mas tenho ideia que deverá ser superior.

No Reino Unido não senti essa equidade.

Muito atrás nessas estatísticas estão certamente os países do sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália, Grécia), onde os papéis tradicionais ainda estão muito presentes.

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