Ligações neurais

Crédito: Neuralink

Neuralink é uma empresa co-fundada por Elon Musk.
O objetivo da empresa é criar dispositivos eletrónicos, que são implantados no cérebro das pessoas.

Esses dispositivos poderão conter uma pluralidade de informações pessoais (de saúde, de identidade, etc), além de permitirem uma ligação wireless a outros dispositivos eletrónicos, como os computadores: poderemos trabalhar com computadores sem precisarmos utilizar as mãos – controlaremos os computadores com o cérebro.
Estes artefactos estão a ser publicitados como capazes de tratar doenças cerebrais graves (como Parkinson, demência e Alzheimer), ajudar pacientes incapacitados a voltar a mexer partes do seu corpo, e até restaurar a visão a pessoas cegas.

Musk diz que viu esta ideia em contos de ficção científica. O que é verdade. Mas várias histórias com estas ideias são distopias: acabam mal para os Humanos.

Num evento recente, de forma a publicitar a implantação destes chips no cérebro das pessoas, Musk assegurou que pretende ser uma das primeiras pessoas a ter este dispositivo no cérebro, a partir do momento em que os testes tenham sucesso.

Obviamente, nestas coisas também existem muitas críticas.

As apresentações públicas do produto têm sido recebidas com muito ceticismo: muito show, mas pouca substância. São eventos para entusiasmar as pessoas com o produto, mas não mostram quaisquer evidências do que alegam.

Existem investigadores que dizem que o que a Neuralink tem apresentado não é inovador: o interface cérebro-máquina já se faz com certas próteses robóticas.

Além disso, a Neuralink não apresentou qualquer evidência de que conseguia curar/tratar a depressão, a insónia, a demência, etc. Todas as doenças que alegadamente a Neuralink cura, foram apresentadas num slide, sem quaisquer evidências, a não ser “ideias no ar”.

Uma outra crítica que tem sido feita ao longo dos anos, são os testes em animais, como porcos, macacos, etc.
Os próprios empregados da Neuralink testemunharam que os testes em animais levaram ao desnecessário sofrimento e posterior morte de vários animais. A USDA está a investigar estas alegadas violações do bem-estar animal.

Mais recentemente, a Neuralink tem sido investigada devido ao alegado transporte irregular de dispositivos “contaminados”: os chips “contaminados” foram removidos do cérebro de macacos “infetados”, sem serem embalados em segurança. Alegadamente, “os dispositivos neurais transportados podem ter sido contaminados com patógenos (agente que pode provocar uma doença) resistentes a antibióticos”. Ou seja, os implantes descartados podem ajudar a transmitir doenças infecciosas.


Elon Musk diz acreditar que os testes em Humanos poderão começar ainda neste ano de 2023.

Sinceramente, sou muito cético quanto a isto.
Parece-me muito mais especulação do que realidade.

Mas se realmente começarem os testes em Humanos, nos próximos anos, vou estar atento aos resultados nas cobaias humanas…

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 01/03/2023 at 22:09
    • Responder

    Me intriga quem serão as tais cobaias humanas. Não sei se a ideia já chegou ao Brasil (não ando participando de debates científicos nos grupos do Facebook de que participo ultimamente) mas, a julgar pelo que consuetudinariamente leio por lá, “testar em humanos” envolveria “testes peremptórios em presidiários”, sem chance dos tais presidiários sequer indagarem algo sobre o teste (como se a população carcerária não fosse composta por seres humanos dotados do mesmo princípio da dignidade humana a que todos os outros humanos – os não presos – são).

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