Ryugu com moléculas orgânicas

O asteroide Ryugu visto pela câmara de navegação ótica da sonda Hayabusa 2, a 24 de junho de 2018, a uma distância de 40 km.
Créditos: JAXA, Universidade de Quioto, JSGA, Universidade Nacional de Seoul, Universidade de Tóquio, Universidade de Kochi, Universidade de Rikkyo, Universidade de Nagoya, Instituto de Tecnologia de Chiba, Universidade de Meiji, Universidade de Aizu/AIST.

Em 2018, falou-se bastante do asteroide Ryugu, como podem ler nestes artigos, devido à missão da sonda Hayabusa-2, que pousou pequenos landers na sua superfície.
A sonda Hayabusa-2 retornou à Terra em Dezembro de 2020, com amostras que recolheu da superfície do asteroide, de modo à sua composição poder ser analisada detalhadamente.

Amostra de alguns grãos recolhidos no asteroide Ryugu.
Crédito: JAXA

O que se sabe sobre o asteroide:
– tem cerca de 900 metros de diâmetro.
– a sua superfície é bastante jovem: com cerca de 9 milhões de anos de idade.
– é rico em carbono.
– fazia parte de um enorme asteroide com cerca de 100 quilómetros de diâmetro, que se formou longe do Sol. No entanto, no início do sistema solar, um objeto com cerca de 10 quilómetros de diâmetro colidiu com ele. O impacto levou à criação de Ryugu: um pequeno fragmento do asteroide original.
– Ryugu tem material que se formou perto do Sol, tendo viajado depois para longe do Sol.
– contém minerais hidratados: o enorme asteroide inicial continha água no seu interior.
– contém moléculas orgânicas: foram descobertos 20 aminoácidos, os ingredientes que estão na base da vida.

Créditos: NASA / JAXA / Dan Gallagher

Mais recentemente, neste artigo científico, esta conclusão foi reforçada ao se provar que o asteroide Ryugu contém uracil e niacina.
O Uracil é um dos “tijolos químicos do ARN, uma molécula que contém as instruções para construir e manter a funcionar os organismos vivos”.
A Niacina, ou vitamina B3, é vital para o metabolismo.

Os resultados da análise química feita a este asteroide são argumentos a favor dos blocos constituintes da vida terem vindo do espaço em asteroides e cometas, de modo a “semearem” a Terra: apesar de não terem vida, reações químicas nos asteroides (que recebem calor solar, radiação ultravioleta, raios cósmicos, etc) produziram os ingredientes da vida. Posteriormente, esse material orgânico, pré-biótico, vindo do espaço contribuiu para o inventário de componentes químicos necessários à vida na Terra.

Fontes: artigo científico, NASA.


(Podem colocar as legendas automáticas em português, clicando no botão das definições)

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 13/03/2023 at 09:17
    • Responder

    E assim a vida se desenvolveu…

    Sabe-se lá se algum outro pedaço – de algum outro asteroide similar – não caiu em algum exoplaneta com características atmosféricas próximas à Terra, possibilitando destarte o desenvolvimento de seres vivos (se serão seres inteligentes, aí já é outra história).

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights