E.T. sem armas

Já falamos, aqui, do filme E.T. assim como de algumas histórias engraçadas ligadas ao filme, como o facto de originalmente ter sido pensado como um filme de terror, e de o extraterrestre ter sido avistado no Google Street View.

Agora, Steven Spielberg veio dizer que se arrepende de ter editado o filme para o 20º aniversário, de modo a ficar dentro dos padrões da época.

Na versão original, de 1982, numa das cenas vê-se um grupo de polícias de armas em punho a perseguirem as crianças.
Na comemoração dos 20 anos do filme, devido à pressão a que foi sujeito, editou o filme, sendo que a cena agora mostra o grupo de polícias com rádios (walkie talkies) na mão a perseguirem as crianças.

Agora, Spielberg reconhece que essa edição foi um erro:
“That was a mistake. I never should have done that. E.T. is a product of its era. No film should be revised based on the lenses we now are, either voluntarily, or being forced to peer through.” – “A mudança/edição foi um erro. Eu nunca devia ter feito isso. E.T. é um produto do seu tempo. Nenhum filme deveria ser revisto, com base na nossa mentalidade atual. Não se deve fazer isso de forma voluntária nem de forma forçada.”

Claramente, Spielberg também não concorda com o clima de censura que existe atualmente sobre filmes e livros.
Quem defende isso, nem sequer se apercebe que esse tipo de mentalidade faz com que nenhum trabalho atual seja aceite no futuro. No futuro, a mentalidade será diferente, e pela mesma forma de pensar, não aceitarão as ideias atuais nessa era futura.

Spielberg continuou a explicar:
“All our movies are a kind of a signpost of where we were when we made them, what the world was like and what the world was receiving when we got those stories out there. For me, it is sacrosanct. It’s our history, it’s our cultural heritage. I do not believe in censorship in that way.” – “Todos os nossos filmes são uma expressão da era em que foram realizados – como o mundo era, quando essas histórias foram visionadas. Para mim, é sagrado. É a nossa história, a nossa herança cultural. Eu não acredito na censura dessa forma.”

Ou seja, os filmes funcionam como uma forma de educar as pessoas sobre a história: como era o mundo, qual era a mentalidade, na época em que determinado filme foi feito.
Como tal, os filmes podem ser educacionais.

A censura retira qualquer tentativa de educação.

Fonte: Skynews.

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 28/04/2023 at 12:28
    • Responder

    Essa mesma censura chegou aqui faz tempo. Acredite, fizeram uma editora de livros republicar toda a coleção de José Bento Monteiro Lobato, afim de se retirar a palavra “negra” – e todas as suas derivadas – e substituí-la por afro-descendente (vocábulo que sequer havia sido cunhado na época do mencionado escritor), principalmente quando proferidas pela boca da boneca de pano Emília. Nós artistas infelizmente vivemos em uma ditadura de comportamento que nos censura em qualquer lugar do globo.

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