Ingredientes da Vida na Nuvem de Perseus

Crédito: NASA / JPL-Caltech

A gigantesca Nuvem Molecular de Perseus encontra-se a cerca de 1000 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação de Perseus: isto é relativamente perto, tendo em conta as dimensões do Universo.
Esta enorme nuvem de gás e poeira contém uma massa superior a 10 mil sóis.
Ela contém dois aglomerados bem visíveis: IC 348 e NGC 1333, onde se formam estrelas de pouca massa.

Recentemente, foram descobertos os percursores das moléculas da vida nesta interessante nebulosa.

Um estudo liderado pela investigadora Susana Iglesias-Groth, do Instituto de Astronomia do Espaço das Ilhas Canárias, revelou a presença de grandes quantidades de moléculas orgânicas complexas numa das regiões que mais formam estrelas relativamente perto de nós.

Foram descobertas moléculas prebióticas na região de formação estelar IC 348, que é um aglomerado estelar jovem (tem somente cerca de 2 milhões de anos de idade).
As estrelas jovens têm ao seu redor discos protoplanetários, onde alguns processos físicos-químicos se desenvolvem.

Este estudo, detectou: hidrogénio molecular (H2), hidroxila (OH), água (H2O), dióxido de carbono (CO2), amónia (NH3), etc.
Também foram detectadas moléculas com carbono que são muito importantes na produção de complexos hidrocarbonetos e de moléculas pré-bióticas, como cianeto de hidrogénio (HCN), acetileno (C2H2), diacetileno (C4H2), cianoacetileno (HC3N), cianobutadino (HC5N), etano (C2H6), hexatrino (C6H2) e benzeno (C6H6).
Até foram detectadas moléculas bastante mais complexas, como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs).
Estes são os blocos de construção que poderão depois formar a vida tal como a conhecemos.

Concluindo: o aglomerado estelar IC 348 é um extraordinário laboratório de química orgânica!
Muito provavelmente, os outros aglomerados estelares também o são/foram.
O que quer dizer que gradualmente se vai percebendo como os ingredientes essenciais à vida se formaram e posteriormente se aglutinaram nesta “sopa de partículas” a que chamamos de ser vivo.
Estas descobertas também querem dizer que os ingredientes essenciais à vida, estão por todo o Universo: sendo assim, a vida também poderá/deverá estar dispersa por todo o lado.

Fontes: artigo científico, artigo científico, Instituto de Astrofísica de Canarias, Astrobiology, Phys.org.

Ilustração artística dos ingredientes moleculares da vida num disco protoplanetário.
Crédito: Gabriel Pérez Díaz (IAC)

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