Nas redes sociais, anda a ser partilhada uma imagem com duas fotos, tiradas com mais de 100 anos de diferença, na zona da Torre de Belém.
O texto que acompanha a montagem das duas fotos diz que isto comprova que a subida do nível da água do mar é um mito, daí que as calotes polares não estão a descongelar, e consequentemente as alterações climáticas são um embuste.
“Quando foi construída, entre 1514 e 1521, depois de o rei D. Manuel I ter dado luz verde ao projeto previsto por D. João II, o arquiteto Francisco de Arruda construiu a Torre de Belém no cimo de um afloramento rochoso de basalto que existia nas proximidades da margem norte do rio Tejo, mesmo em frente à antiga Praia do Restelo, hoje em dia ocupada pelo Jardim da Praça do Império. Ao mesmo tempo construía-se também, ali perto, o Mosteiro dos Jerónimos.
Nessa altura, a Torre até ficou cercada pela água.
(…)
Já depois da construção, e segundo o Turismo de Portugal, a Torre de Belém deixou de estar banhada pelo Tejo, passando a estar “amarrada à margem” direita do rio, por causa de um “deslocamento progressivo do curso do rio ao longo dos anos”, mas também por causa da diminuição no volume de água doce que desce o rio em direção ao mar (…)”
Ou seja, realmente a Torre de Belém já esteve completamente dentro de água.
E também é verdade que já não está.
No entanto, nada disto tem a ver com o aquecimento global.
A Torre de Belém está na margem do rio Tejo.
É um rio, não é o mar!
Além disso, por vezes as marés estão mais altas e outras vezes estão mais baixas.
Por isso, duas fotos tiradas em alturas diferentes, pode dar simplesmente uma diferença do nível da maré.
Por fim, além de existir um “deslocamento progressivo do curso do rio ao longo dos anos”, também existiu uma “diminuição no volume de água doce que desce o rio em direção ao mar.”
Conclusão: nada disto tem a ver com as consequências das alterações climáticas!
Fontes: Observador, Polígrafo SIC.
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