Rejeitar as evidências?

Como eu já tinha escrito, aqui, existe uma nova variante de preocupação: B.1.1.529 ou omicron.

A omicron, originalmente descoberta no Botswana e seguidamente na África do Sul, tem 50 mutações, “sendo mais de 30 na proteína “spike” (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a COVID-19)”.

Ainda pouco se sabe sobre esta variante.
Como tem um elevado número de mutações, incluindo na proteína spike, assume-se que esteja mais evoluída que as outras variantes, podendo assim ser mais contagiosa e mais letal.
Mas não se sabe ao certo! São precisos estudos. E para existirem esses estudos científicos, é preciso tempo.

Crédito: Brain Light / Alamy

Mas este post não é sobre isto.
Como ainda há pouca informação sobre essa variante, pouco mais há a dizer.

O que para mim foi bastante interessante foi este comentário no artigo do jornal The Guardian sobre esta variante.
O artigo tem as preocupações de alguns médicos sobre esta variante.

E isto levou, como é habitual, a inúmeros comentários idiotas de negacionistas.

Ora, como resposta a esses comentários idiotas, este comentador deixou um comentário absolutamente fabuloso, e sarcástico:

“Vou rejeitar a opinião deste conselheiro de saúde.
É muito melhor para mim rejeitar as opiniões de pessoas que alcançaram um nível de competência que eu nunca consegui atingir.
Desta forma, posso fazer de conta que sou uma autoridade no assunto (que até sei do que falo), sem ter necessidade de passar 10 anos a investigar e a educar-me numa determinada especialidade.

Eu rejeito a ciência, e ninguém me pode alguma vez convencer que estou errado.
Nem na ínfima probabilidade de aparecer aqui (rede social) alguém com um nível de especialização que lhe permita entender este assunto científico.
O mais provável é que os outros que me lêem por aqui, percebem tanto de ciência como eu – ou seja, nada.

Por isso, perante a escolha de entre:
– confiar em pessoas com competência comprovada no assunto e,
– acreditar em pessoas sem qualquer competência ou conhecimento no assunto, mas que me fazem sentir bem perante a minha própria ignorância sobre o tema (o que é bastante apelativo para o meu narcisismo)…
… escolho acreditar nos conspiracionistas.”

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