Cardeal Burke infetado recuperado

O Cardeal Raymond Burke, de 73 anos, é um dos oficiais de topo na Igreja Católica.
Ele é muito conservador, e daí ser um acérrimo crítico do Papa Francisco.

O Cardeal Raymond Burke é um negacionista anti-vacinas, sendo um disseminador de desinformação (mentiras) sobre as vacinas.
Por exemplo, ele fez vídeos a dizer que as vacinas tinham microchips, o que é uma parvoíce!

Ele também afirmou publicamente que a melhor arma para combater a COVID-19 não é a vacina, nem medicamentos, nem a ajuda médica, mas é sim rezar porque Jesus Cristo acabaria com o vírus.

O próprio Papa Francisco teve que vir a público denunciar os negacionistas que existem na própria Igreja Católica, dizendo que eles prejudicam a população (os fiéis).

A 10 de Agosto de 2021, o Cardeal Raymond Burke anunciou que tinha contraído o coronavirus.
De início, pensou que umas rezas o curassem da pequena maleita. Infelizmente, o vírus não quer saber das rezas para nada, por isso deixou-o ainda mais doente.

O Cardeal Burke teve que ser hospitalizado, e ficou tão mal que teve que ser ligado a um ventilador.
Como é um dos principais oficiais da Igreja Católica, recebeu o melhor cuidado médico (não acessível à pessoa comum).

Os médicos conseguiram salvá-lo.
A 21 de Agosto, a família do Cardeal informou nas suas redes sociais que o Cardeal estava melhor e que tinha saído dos Cuidados Intensivos (continuando no hospital).
Uma semana mais tarde, a 29 de Agosto, o próprio Cardeal informou que estava melhor.
1 mês depois, a 26 de Setembro de 2021, o Cardeal atualizou o seu estado: já está em casa, mas ainda se sente muito fraco, e tem um longo caminho até à recuperação total. Ele também pediu que as pessoas continuassem a rezar por ele.

No meu entender, o Cardeal Raymond Burke revelou-se um enorme hipócrita quando aceitou a ajuda médica no hospital, após ter dito que a mesma ciência médica (a vacina) era imoral e que deveria ser rejeitada.

Tal como referi no caso de outros religiosos, parece-me que não se ajudarem a si próprios, rejeitando a ajuda médica (que os religiosos acreditam ser uma dádiva de Deus), ficando sentados à espera que Deus lhes resolva os problemas que eles não quiseram resolver quando tiveram oportunidade (vacina), é ir contra os ensinamentos de Deus.
Pior do que isso, é assumir um Deus mesquinho e burro (facilmente manipulável).

Tal como outros religiosos, ele assume-se a favor da vida (pró-vida), mas na verdade é pró-morte: a favor das pessoas morrerem de causas perfeitamente evitáveis (se tomassem as vacinas).

Se ele é assim tão religioso, afirmando mesmo que está tudo nas mãos de Jesus, então porque aceitou a ajuda médica?
Não deveria ter deixado a Divina Providência ter seguido o seu rumo natural?
Esta hipocrisia chateia-me…

O próprio Papa Francisco disse que o facto do Cardeal negacionista ter contraído a COVID-19 (que ele negava) e ter aceite a ajuda médica que tanto rejeitava, fazia parte da “ironia da vida”.

A última hipocrisia do Cardeal foi, após ficar melhor, ter vindo agradecer aos profissionais de saúde e a Jesus Cristo.
Se ele quisesse mesmo saber quem o ajudou, fazia a experiência: rezava a Jesus Cristo, em casa, enquanto negava a ajuda médica. Se ficasse melhor, aí sim poderia agradecer às rezas.
Ao não o fazer, provou que as rezas não serviram de nada. O que serviu para ele melhorar, foi a ajuda médica!

Aliás, isto viu-se na infeção com hospitalização.
Por muitas rezas que fizesse, ele ficou na mesma infetado-hospitalizado. As rezas não lhe serviram.
O que servia para não ser infetado-hospitalizado (as vacinas), ele não quis.

2 comentários

    • Jonathan Malavolta on 01/10/2021 at 05:51
    • Responder

    No passado, eu cheguei a pensar que os religiosos (sacerdotes ou fiéis, praticantes ou não) fossem hipócritas mesmo, que rejeitavam a ajuda médica da boca pra fora apenas, mas mudei de ideia após o caso Marcelo Rezende. Doente de um câncer, se tratando com a medicina tradicional e dizendo o tempo inteiro estar sendo enganado pelos médicos (haviam lhe dado 6 meses de vida), Rezende sempre criticava sua própria família (esposa e filhos) por esta hospitalizá-lo contra sua vontade. Certa vez, fugiu do hospital e refugiou-se em sua igreja (evangélica), abandonando todos os medicamentos prescritos por seu médico e vivendo apenas das orações. Nem sua família conseguiu persuadí-lo a voltar pro tratamento médico. Alegando que sua denominação religiosa era famosa por curar até leprosos, um câncer seu pastor tiraria de letra. Faleceu 2 dias depois da substituição do tratamento médico (que poderia dar-lhe 6 meses de vida) pelo religioso.
    Esse cardeal foi hospitalizado, ok, mas quem garante que foi ele e não sua família quem procurou um hospital para ele? Sacerdotes católicos não podem constituir esposa e filhos, mesmo assim eles tem pais, irmãos, avós, tios, primos, sobrinhos, etc. Quem garante que não foi um destes quem o internou aproveitando-se de sua fraqueza física (não conseguiria fugir)? Ele pode perfeitamente não ser hipócrita. Devemos ter o cuidado com o que dizemos (e escrevemos) na internet.

    1. Oi Jonathan,

      Eu percebo o seu argumento. Tem lógica.

      Mas o Cardeal já escreveu duas mensagens após ficar bom.
      Se tivesse sido internado contra a sua vontade, teria referido isso.
      Não o fez. Pelo contrário, até agradeceu aos médicos (e a Jesus).

      A primeira resposta ao seu (do Cardeal) tweet a dizer que já estava em casa a recuperar é de um seu seguidor religioso a exortar os religiosos que ficarem doentes a não tomarem a vacina, a não irem para o hospital, mas a acreditarem em Jesus.
      https://twitter.com/NWolfe655/status/1442483040941445129
      “Stand your ground and keep the Faith.”

      Não há qualquer resposta do Cardeal quanto a isto.
      Ou seja, ele salvou-se devido aos cuidados médicos excecionais que recebeu, mas não quer saber se nas suas redes sociais, continua a ser promovida a recusa pela ajuda médica que levará à morte dos seus seguidores.

      Isto, para mim, é da responsabilidade dele.
      Isto, para mim, é uma hipocrisia da parte dele.

      (do mesmo género do Trump: tomou a vacina em Janeiro – ele e toda a sua família – mas depois passou meses a denegrir as vacinas, e a concordar com todos os movimentos anti-vacinas. Assim, ele tomou, mas depois faz de conta que não o fez e exulta as pessoas a não o fazer. Isto, para mim, é hipocrisia)

      abraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights