Amor complicado

Crédito: Unsplash

Durante as férias, vi esta citação escrita, mas esqueci-me de tirar foto.

De qualquer modo, como adorei a citação, cá fica:
O amor é complicado para quem ama complicar.

Gostei bastante desta citação sobre mentalidades, porque transmite claramente a ideia que a vida (e o amor) é simples. O problema são as pessoas, sobretudo aquelas que adoram complicar aquilo que é simples.

Além disso, como se percebe na citação, “brinca-se” com as palavras, já que o “amor” e o “complicar” aparecem duas vezes, com contextos diferentes.

5 comentários

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  1. O amor é simples para quem conhece a raiz biológica do funcionamento do hormônio que causa esse lindo sentimento. Que não é sempre lindo.

    O amor atrai geralmente desconhecidos uns aos outros, funcionando de forma inconsciente. Ainda não se tem a mínima ideia porque esse “gatilho” acontece para uma pessoa específica.

    A questão complicada é que antes de agir esse “benedito” hormônio, cheio de pegadinhas, ele não mede afinidades entre as pessoas. Ele não tem consciência. Simplesmente acontece. E com um único fim, que é biológico, atrair duas pessoas para criar condições de se reproduzirem e dar um tempo juntos para aumentar a chance de o bebê sobreviver.

    Com o tempo, e os filhos já maiores, geralmente esse hormônio desaparece. Já li pesquisas que o sentimento dura em média sete anos. Então passado esse prazo (obviamente toda regra tem uma exceção), vem à tona todas as não afinidades jogadas debaixo do tapete por anos.

    Fora o fato que enquanto existe, o hormônio, para garantir que o casal permaneça junto, ajuda a formar sentimentos nada interessantes, como inveja, ciúme, sentimento de posse, entre as pessoas. São sentimentos nada bons, mas de alguma forma mostram uma para a outra que o sentiomento ainda “está de pé”. Isso é o padrão. Obviamente, mais uma vez, pessoas fugirão a essa regra, não terão ciúmes nem vão querer ter posse.

    Como as pessoas criam fantasias sobre o amor, milhões de fantasias – ainda em 2022 temos pessoas que acreditam em destino, “almas gêmeas”, muitas mulheres sonham com seus príncipes encantados etc… – e a grande maioria não sabe nada desse simples comportamento natural de um hormônio que não está nem aí se as pessoas que ele une são afins, vem muita complicação junto…rsrs.. tanta, que que quando o amor acaba, ou seja, o hormônio deixa de agir, muitos casais se dão conta que casaram com o(a) próprio(a) inimigo(a)… kkkkkkk…

    A cada geração, tudo se repete. O ser humano não aprende. E por isso o amor realmente é complicado. Ou complica. Mas a função dele se vê de forma muito eficiente por aí, a prole apareceu.

    1. Compreendo o argumento.

      Mas não sei se concordo que o amor visa o sexo (prole) 😉

      Os animais não precisam de amor para a procriação.
      Os Humanos também durante a maior parte do seu tempo, não precisaram de amor entre duas pessoas, para existir procriação.

      Parece-me que o amor entre duas pessoas é um conceito muito recente (para a História da vida na Terra ou da existência dos Humanos). 😉

      abraço!

        • Alberto on 16/09/2022 at 23:25

        Carlos, os animais têm hormônios sexuais, mas em várias espécies de mamiferos apareceu evolutivamente a ocitocina, que provoca na fêmea um sentimento de cuidar, de forte afinidade com a prole por um bom tempo, aumentando as chances de sobrevivência da prole, que vinga porque essa afinidade cria maior proteção alimentar e física. É o hormônio agindo. O hormônio criou vantagem competitiva. A prole mantém essa vantagem porque herda a capacidade de gerar esse hormônio também quando estiver no tempo de procriar.

        No caso da condição humana, claro, também não precisaria de amor para um casal fazer sexo e ter prole, mas quando apareceu esse sentimento com outra função, a de unir desconhecidos por anos, gerou vantagem competitiva porque também aumentou as chances de a espécie sobreviver com o casal cuidando da prole por anos. A prole humana é muito mais demorada para que os filhos estejam aptos para a procriação.

        Se não fosse esse hormônio na espécie humana, só haveria hormônios sexuais, logo, só sexo, eventual, onde a mulher ficaria sozinha com a responsa de cuidar dos filhos, ainda tendo de caçar, proteger-se, e a prole também, colocando em maior risco a prole todo o tempo. Um casal “consolidado” aumenta as chances de sobrevivência da prole.

        Mas esse sentimento algum dia acaba para a maioria dos casais, porque assim como o hormônio aparece simplesmente do nada, sem medir afinidades, também desaparece do nada, a ocitocina “vira pó”, e ai sobram as diferenças, para a sorte de muitos advogados que daí terão condições financeiras de manterem a prole deles… .rsrs…

        Outro abraço!

      • Jonathan Malavolta on 17/09/2022 at 14:18
      • Responder

      “Um casal “consolidado” aumenta as chances de sobrevivência da prole.”
      Obviamente, da espécie também.

      Complementando seu comentário, li em uma edição da Revista Veja, seção “Páginas Amarelas”, uma reportagem sobre um filósofo moderno (salvo engano, suíço) que alega que a occitocina poderia servir para desenvolver o sintoma da amamentação nos homens. A justificativa dele é a de que nós também temos tecido mamário, só não é desenvolvido porque não amamentamos, só as mulheres o fazem. Infelizmente me “fugiu” da mente o nome desse filósofo, mas me lembro que a publicação da Veja em questão deu o que falar por vários anos no Brasil (é uma reportagem antiga já, beirando os 20 anos ou mais), principalmente porque o cidadão em questão teria afirmado: “Eu mesmo tomaria esse hormônio e amamentaria meus filhos, se estes já não fossem adultos; assim completaria a divisão de tarefas com minha esposa.” Era uma época em que o Brasil sequer discutia dividir os afazeres domésticos, funções orgânico-biológicas então, passávamos longe de discutir. Só agora, pouco antes da pandemia surgir e do lockdown ter início, é que começamos a discutir do homem lavar uma louça, tirar pó dos móveis, lavar um quintal, enfim (no meu tempo de criança, era só o carro da família que o homem lavava, e olhe lá; agora conto com 45 anos, quase 46 [janeiro logo, logo está aí]). O que se pensa em Portugal a respeito?

      1. Nunca ouvi falar disso, em termos biológicos (amamentação por parte do homem).

        Fiz uma, demasiado rápida., pesquisa no Google e apareceram logo estes sites:
        https://en.wikipedia.org/wiki/Male_lactation

        https://www.babycenter.com/baby/breastfeeding/can-men-breastfeed_8824
        Não, homens não podem amamentar.

        https://www.endeavour.edu.au/about-us/blog/can-men-breastfeed/
        Sim, homens podem amamentar.

        Neste fala-se de uma mulher transgénero – nasceu homem – conseguiu amamentar:
        https://www.nytimes.com/2019/10/18/opinion/sunday/men-breastfeeding.html

        Quanto à parte social, penso que Portugal e Brasil são semelhantes na evolução da divisão das tarefas domésticas.
        Para mim, isso nunca foi uma questão, por isso imagino que gerações futuras no ocidente nem sequer conseguirão conceber uma divisão baseada no género.

        abraços!

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