Procurar por tecno-assinaturas extraterrestres

Créditos: Steven Beckwith / HUDF / NASA and ESA; Joanne Imperio / The Atlantic

Este artigo do professor de astrofísica Adam Franck, na revista The Atlantic, é muito interessante.

O título é: Devemos procurar por Alienígenas inteligentes ou Alienígenas primitivos?

A procura por vida extraterrestre está focada em extraterrestres inteligentes, evoluídos e tecnológicos (SETI): que comuniquem por rádio-astronomia entre planetas.

No entanto, mesmo olhando para o caso da Terra (quer em termos espaciais quer em termos temporais), o mais provável é existir muito mais vida “primitiva”, como micróbios, plantas ou até elefantes!
A vida não precisa ser tecnológica para ser muito bem sucedida.

Na Terra, durante os seus 4,6 mil milhões de anos de existência, existiu muito mais vida unicelular do que multicelular e tecnológica.
Na Terra, por todo o planeta, existe muito mais vida microbiana do que vida com criações tecnológicas.

Assim, deve-se apostar mais em programas que procurem por evidências indiretas de vida em planetas distantes: as bio-assinaturas, como a presença de oxigénio e metano na atmosfera dos planetas.
Claro que isto seria uma procura por vida como a conhecemos: que tem metabolismo semelhante ao que existe na Terra.

No entanto, o professor Adam Franck defende outra hipótese: também se pode procurar por evidências de seres mais avançados (tecnologicamente), mas sem precisarem de comunicar connosco.
Por exemplo, se conseguíssemos discernir evidências indiretas de potenciais satélites artificiais ao redor de alguns planetas, isso também seria um bom sinal na procura de vida extraterrestre.
Além disso, na atmosfera desses planetas poderão existir tecno-assinaturas: a composição química dessas atmosferas poderão denotar a presença de tecnologias nesse planeta, porque essa tecnologia afeta a sua biosfera. Por exemplo, poderá existir um painel solar gigantesco a receber a energia da estrela.
A vantagem das tecno-assinaturas sobre as bioassinaturas é que podem durar biliões de anos mais. Por exemplo, se a civilização humana se extinguir amanhã, os satélites continuarão ao redor da Terra, as sondas Voyager continuarão a sua caminhada pelo espaço, o “lixo” tecnológico que deixamos na Lua continuará a existir por muitos milhões de anos. Um painel solar gigantesco ao redor de um planeta extraterrestre, continuará a existir, mesmo que a civilização tenha sido extinta há milhões de anos.

Ele termina o artigo admitindo que tudo isto é especulação. É especulação científica baseada em tecnologia humana atual.
E conclui: a probabilidade de encontrarmos vida unicelular, “primitiva”, deve ser maior do que encontrar vestígios de civilizações avançadas. Apesar disso, ele espera o contrário: encontrar vestígios de civilizações tecnológicas.

Podem ler o artigo na revista The Atlantic, aqui.

Podem também ler um artigo científico, aqui, onde se reflete bastante sobre as tecno-assinaturas, e onde os autores defendem que as tecno-assinaturas são mais abundantes, espalham-se por mais planetas, perduram mais tempo, são mais facilmente detectadas, e são de análise menos ambígua, do que as bio-assinaturas.

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Créditos: Steven Beckwith / HUDF / NASA and ESA; Joanne Imperio / The Atlantic

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