Justiça divina?

Crédito: RobertoFlorin, imgflip

Não consigo entender este tipo de mensagem da Igreja…

O Arcebispo de Canterbury, no seu sermão de Páscoa, ao refletir sobre a guerra na Ucrânia disse que os dirigentes cruéis e opressivos irão, no futuro, sentir a justiça divina.

É verdade que este tipo de mensagem foi transmitida em várias civilizações ao longo da história, como no Antigo Egipto.

A ideia de julgamento divino está muito ligada à noção de karma: no futuro, a pessoa irá ter as consequências dos seus comportamentos atuais: se se portar bem, terá recompensas positivas no futuro; se se portar mal, terá repercussões negativas no futuro.

O problema disto, para mim, é que existe uma total desresponsabilização atual da pessoa.
Se a pessoa A comete um ato ilícito atualmente, deve ser responsabilizada agora. Não se deve ficar à espera que um Pai Natal qualquer (chame-se Deus ou Universo) o vá responsabilizar no futuro. Isso é um cop-out: uma desculpa para se desresponsabilizar a pessoa no momento.

Imaginem que a justiça dos tribunais fazia isso: “Mataste 3 pessoas? Esperemos que depois os gambozinos te apanhem”.
Se assim fosse, nunca ninguém seria condenado por coisíssima nenhuma.

O mesmo para ações positivas: devem ser recompensadas em vida, e não deixar para quando já não fizer qualquer diferença.

As ações devem ter consequências imediatas.
Não deveria existir essa manipulação social de se dizer: “no outro mundo, do qual não há evidências, é que vai ser”.

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