Relatividade da Inteligência Humana

Crédito: 92nd Street Y

Concordo inteiramente com Neil de Grasse Tyson nesta entrevista:

– os Humanos não têm inteligência suficiente para alguma vez compreenderem todo o Universo. Porque estamos limitados por um cérebro humano, que é restrito.

– os Humanos consideram-se inteligentes, porque são os próprios Humanos que definem essa inteligência. As bactérias também se podem considerar inteligentes, se elas definirem inteligência de forma a elas próprias serem os seres mais inteligentes do planeta.

– extraterrestres poderão olhar para nós, como nós olhamos atualmente para o Dodo ou para micróbios, por exemplo: seres desprovidos de inteligência.

– nós somos somente 1% diferentes em ADN dos chimpanzés (na verdade, a diferença é de 4% no genoma). Imaginem uma civilização extraterrestre que seja 20% diferente de nós. Na verdade, será muito mais, porque não sofreu a mesma evolução que os Humanos, não temos antepassados em comum. Essa civilização poderá estar ordens de grandeza superior a nós, mais do que nós estamos das formigas, por exemplo.

Toda a entrevista/lição de astronomia no centro cultural 92nd Street Y:


(Podem colocar legendas automáticas (imperfeitas) em português, clicando no icon das definições)

Na discussão interessante sobre o início do Universo, e a aniquilação de matéria com anti-matéria, reti esta expressão: “We are the stuff that didn’t get a date” – “Somos o resultado das partículas que não tiveram encontros com as suas “caras-metade”.”

Tyson afirma que Thomas Kuhn estava errado no livro “A Estrutura das Revoluções Científicas”.
Ele estava certo, quando só existia filosofia. Mas na era da ciência moderna, as conclusões científicas não são substituíveis só porque alguém tem ideias diferentes.

Tyson também diz que testemunhos pessoais não são verdades objetivas.
A ciência lida com verdades objetivas. São conclusões que não dependem se a pessoa acredita ou não nelas. É uma verdade que não depende da cultura, da política ou da religião da pessoa.

Seguidamente, foi interessante a explicação sobre experiências de quase-morte.

Depois, veio uma explicação muito boa de dimensões espaciais, tal como as definimos.
Um ponto tem 0 dimensões: não tem comprimento, largura ou altura.
Uma linha tem 1 dimensão: comprimento. E é limitada por 2 pontos com 0 dimensões.
Um quadrado tem 2 dimensões: comprimento e largura. E é limitado por 4 linhas com 1 dimensão.
Um cubo tem 3 dimensões: comprimento, largura e altura (ou profundidade). E é limitado por 6 quadrados com 2 dimensões.
Um hipercubo tem 4 dimensões espaciais. E é limitado por 8 cubos de 3 dimensões. O nosso Universo pode ser somente um desses cubos de 3 dimensões.

Curiosamente, os vídeos acima mostram a resposta de Tyson à última pergunta (a partir dos 1h15m).
Em que ele termina, dizendo que não temos sequer inteligência para fazer as perguntas sobre o Universo que deveriam ser feitas.

Por fim, ele afirma que quanto mais conhecimento temos, também maior é a quantidade de ignorância (aquilo que nos falta saber): como se o conhecimento fosse o interior de um círculo que se vai tornando cada vez maior, e, consequentemente, em que o perímetro do círculo (a ligação com o exterior, que não sabemos – ignorância) também vai aumentando.

2 comentários

  1. Salve

    Marcelo Gleiser confessou no livro Criação Imperfeita: Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza (2010) que lutou por anos na prova da Teoria M , ou teoria do Tudo, ou sei lá o quê.

    Ele desistiu!

    Esse livro notável sugere que não é plausível tentarmos unificar a física e que devemos nos contentar em teorias complexas, cada qual visa explicar uma parte do Universo. As teorias se somam/complementam.

    Vejam sua entrevista:

    https://eternosaprendizes.com/2012/12/21/criacao-imperfeita-por-marcelo-glieiser/

    No entanto, eu recomendo esse livro que no fundo é uma forte crítica as ‘unificações’.

    Abs

      • Jonathan Malavolta on 18/05/2023 at 21:06
      • Responder

      Salvo engano, ele já mencionou sobre em seu próprio canal do YouTube.

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