NASA anuncia: OVNIs não são extraterrestres

Temos uma categoria OVNIs, aqui, com mais de 400 artigos.

Em 2014, escrevi um artigo, aqui, onde apresentei 3 argumentos que demonstram que todas as observações de OVNIs/UFOs nada têm a ver com extraterrestres.

Em 2021, foi publicado um inédito Relatório sobre OVNIs/UFOs com as conclusões do Pentágono após analisar cuidadosamente mais de uma centena de observações credíveis de fenómenos aéreos não identificados. Podem ler as conclusões, aqui.
Realço a última conclusão: nas 144 observações/relatos/deteções analisadas, não existe qualquer evidência de que os objetos são de origem extraterrestre.

No final desse artigo disserto um pouco sobre a irracionalidade de ainda se associar UFOs a extraterrestres.
E termino dizendo: “Os crentes conspirativos em naves extraterrestres que nos visitam só vão aceitar conclusões que estejam de acordo com aquilo em que eles já acreditam. Se as conclusões não estiverem em sintonia com as suas crenças, então as conclusões de qualquer Relatório científico serão rejeitadas. (…) Nenhum Relatório de Investigação verdadeiramente científico e imparcial vai convencer crentes conspirativos.
(…) irracionalidade dos conspiradores: se o Governo não investigar, então é porque não quer investigar (para não sabermos a verdade); se investiga, então é porque só querem mentir e não se deve acreditar neles. Nenhum Relatório de Investigação vai mudar as crenças pessoais e irracionais das pessoas.”

Em Maio de 2022, existiu uma audição pública sobre OVNIs no Congresso dos EUA, onde foi discutido o Relatório e foram apresentados alguns vídeos de drones que foram confundidos com OVNIs (supostamente triangulares e verdes). Podem ler/ver, aqui.
A conclusão foi a mesma do Relatório.

Crédito: NASA

Entretanto, a NASA formou uma equipa independente de 16 especialistas, de diferentes áreas, onde se incluem astrobiólogos, físicos e astronautas, para analisarem os casos de OVNIs.
Foram analisados mais de 800 casos/fenómenos dos últimos 30 anos.

Agora, essa equipa fez um simpósio público onde apresentou as suas conclusões: a grande maioria dos casos são totalmente explicáveis (são objetos terrestres, como satélites, aviões e drones, ou objetos celestiais conhecidos, como o planeta Vénus). Existe uma pequena minoria de casos (2% a 5%) que não se consegue saber o que é (porque não se consegue repetir o fenómeno no mesmo local com as mesmas condições ou nem sequer se consegue saber se a testemunha estava a mentir ou não se sabe mesmo o que é, como um globo metálico voador avistado por um drone MQ-9 Reaper no Médio Oriente).
Em nenhum caso investigado existe qualquer evidência de interferência extraterrestre.

Um dos casos falados (aos 2:52:05 do vídeo) pelo antigo astronauta Scott Kelly foi de um colega seu, piloto, quando estavam a voar sobre Virginia Beach. O seu colega avisou que tinha avistado um OVNI. Scott Kelly não o viu, mas o seu colega estava perfeitamente convencido que era um OVNI. E era um Objeto Voador Não-Identificado, durante o tempo em que ele não o conseguiu identificar. Eles decidiram voltar para trás no avião de caça Tomcat, para tentarem avistar novamente o OVNI. Quando voltaram para trás, perceberam que era um balão com a forma de Bart Simpson. As ilusões de ótica são muito frequentes naqueles ambientes.

O mesmo Scott Kelly contou outra história: o seu irmão, Mark Kelly, que também é astronauta, foi comandante da missão STS-124, em 2008. Quando ele ia para fechar as portas do compartimento de carga (Payload Bay doors) do vaivém espacial (space shuttle) Discovery, ele notou que existia qualquer coisa no compartimento: talvez uma ferramenta, um parafuso ou uma luva. Ele não sabia o que era. Quando foi chamar outros astronautas para verem o objeto, perceberam que o objeto não estava no compartimento de carga: era a Estação Espacial Internacional que estava a muitos quilómetros de distância, mas que lhe tinha parecido pequenina dentro do compartimento.
Mais uma vez, as ilusões de ótica são muito frequentes naqueles ambientes.

Curiosamente, enquanto estudavam estes fenómenos, os cientistas foram insultados e ameaçados, numa manobra extrema de ciberbullying, pelos crentes fundamentalistas em naves extraterrestres que visitam a Terra (porque esses crentes querem se sentir especiais – exigem que a Terra seja o centro de atenção dos deuses).




Nota: sim, eu sei que agora se chamam Fenómenos Anómalos Não-Identificados (UAPs, em inglês). Mas, para mim, serão sempre OVNIs/UFOs. Não é por mudarem o nome que passam a ser outra coisa.


Fontes: NASA, Reuters, Público, Estadão.

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 03/06/2023 at 13:27
    • Responder

    De minha parte: Eu aceito a mudança de nome, de Objeto Voador Não-Identificado, para Fenômeno Anômalo Não-Identificado. Para mim, o que importa não é o que essa ou aquela pessoa acredita ou deixa de acreditar, mas as evidências que estão sendo apresentadas, e evidências podem fazer com que nomenclaturas sejam modificadas. Já ouvi inclusive o termo Fenômeno Atmosférico Não-Identificado (ou Não-Conhecido), com o qual também estou de acordo como provável substituto para o termo Objeto Voador Não-Identificado.

    Nomenclaturas só são válidas quando existem evidências que sustentem que seu uso se considere adequado.

    Agora um relato que ouvi de minha dentista particular seguido de um questionamento pessoal meu: A vida inteira se considerou o uso do termo Vitamina D; em 2010 porém, um estudo publicado por odontologistas e cirurgiões dentistas demonstrou que esse elemento é na verdade um hormônio (produzido pelo próprio corpo humano) e que o Sol teria apenas o papel de fixador desse hormônio dentro do organismo (nos órgãos em que ele se faz necessário); entretanto, o estudo considerou manter – por razões de historicidade – o nome Vitamina D. Porque não passar a chamá-lo Hormônio D (ou Hormona D)? Seria mais justo face às evidências apresentadas. Observação: o corpo humano saudável o produz; há indícios de que os corpos de algumas parcelas da população humana mundial não consiga produzir (ou produz mas não consegue fixar) esse hormônio, daí a necessidade de se consumí-lo (para essas pessoas) como complemento alimentar (nutricional).

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