Terrorismo artístico

Tenho sido muito crítico do terrorismo climático, como podem ler aqui.

Tenho muita dificuldade em entender como é que eles pensam que atirar comida a pinturas famosas ou atirar tinta a políticos, vai levar a que as pessoas percebam que eles têm razão em termos climáticos.

A mesma reflexão se passa em relação a protestos a favor da Palestina.

Crédito: Palestine Action

Na Universidade Trinity, em Cambridge, Inglaterra, uma alegada defensora da causa Palestiniana decidiu vandalizar uma pintura de Lord Balfour, só porque ele, há mais de 100 anos atrás (!) decidiu apoiar a criação do Estado de Israel, como forma de retribuição pela ajuda que os Judeus davam na guerra da Inglaterra contra o Império Otomano naquela região.

A pintura de 1914 foi rasgada e tinta vermelha foi colocada por cima da cara do político britânico.

Crédito: Palestine Action

O que é que esta “ativista” conseguiu com este comportamento criminoso?

Não me parece que alguém tenha olhado para isto e pensado: “Realmente eles têm razão, os Palestinianos precisam ser defendidos.”
Nem sequer o governo de Israel vai olhar para este comportamento e pensar: “Devido à destruição da pintura, vamos parar a nossa incursão na Faixa de Gaza.”

O que toda a gente vê é o desprezo pela cultura, a destruição de património cultural.
Lembro que o Estado Islâmico faz o mesmo, em relação aos objetos culturais.
Será que igualar ações do Estado Islâmico é a melhor mensagem de ajuda aos Palestinianos? Não me parece…

Há 9 anos, quando o Estado Islâmico queimou milhares de livros e destruiu estátuas, teve muita visibilidade. Mas isso quer dizer que estava a combater as alterações climáticas ou a defender a Palestina?
Claro que não. Não faria sentido essa suposta correlação. Tal como não faz agora.

Ações tremendamente negativas têm visibilidade a curto prazo, mas não levam a resultados positivos de longo prazo.

Em vez destas ações de terrorismo artístico, para mim, seria muito mais vantajoso que estes jovens estudassem política.
Se estudassem agora, de modo a poderem ser os líderes mundiais no futuro, aí sim, nessa altura, poderiam fazer uma diferença positiva no mundo.

1 comentário

    • Jonathan 'Hamelin' Malavolta on 24/05/2024 at 16:51
    • Responder

    As pessoas claramente perderam a noção do ridículo, acabam confundindo protesto com ignorância e falta de educação e respeito.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.