A essência da realidade – CrashCourse Filosofia (4)

Quarta aula do Crash Course de Filosofia:

Nesta aula fala-se de uma das mais velhas e importantes questões em Filosofia: a natureza/essência da realidade. O que é real? O que acaba por ser uma sub-questão da mais genérica: o que é verdade?

É apresentada a Alegoria da Caverna, que continua a ser um excelente argumento filosófico, mesmo passados 2300 anos. Como citado na aula, Platão diz-nos que o nosso erro é assumir que os objectos materiais do mundo à nossa volta constituem as coisas mais “reais”. Pelo contrário, o filósofo afirma que são apenas a sombra de uma verdade superior.

Os sucessos da Ciência e da Tecnologia podem-nos talvez fazer assumir que Platão não sabia do que estava a falar. Afinal, se o mundo material não fosse “real”, como é que poderíamos desenvolver novas tecnologias com base na nossa compreensão dele?

Do meu ponto de vista, a Ciência veio confirmar a visão de Platão. O facto do mundo material não ser a “verdade final” não implica que não haja nele verdades que possamos descobrir e compreender. Isto é, as “sombras” têm a sua mecânica e é-nos decerto possível estudá-la e testá-la. Por outro lado, é conveniente recordar que são só “sombras”. Isto significa que devemos reconhecer que para fazermos Ciência temos que fazer imensas suposições. A própria Ciência nos diz que os nossos olhos percepcionam apenas parte do espectro de luz e os nossos ouvidos ouvem apenas uma parte do “espectro” sonoro. A tecnologia permite-nos aumentar estes espectros, mas nada nos garante que não haja outros “espectros” relevantes a considerar.

Poderá a Ciência alcançar a tal “verdade final”? Não sei. Parece-me muito difícil, tanto mais não seja porque isso implicaria que a Ciência teria que ser capaz de provar as próprias suposições em que assenta. Contudo, faz apenas sentido assumir que sim, que é possível. Só descobrimos algo de novo quando tentamos!

“Sabem que isso são só sombras, certo?”
“Venham comigo para fora da caverna, vou-vos mostrar como é que isso é realmente.”
… “PAREM DE SE DIVERTIR!”

Na Alegoria da Caverna, Platão diz-nos que os prisioneiros que ficaram na caverna não iriam acreditar nas novidades trazidas pelo que tinha saído. Neste ponto talvez tenhamos tendência a criticar os que não querem ouvir a verdade. Mas porque é que devemos assumir que o sujeito que saiu viu a realidade? Não poderia ter alucinado? Não podia estar a mentir? Diria que a incredulidade é justificada. Contudo, é importante não nos restringirmos às nossas suposições. Devemo-nos questionar e devemos sair das nossas cavernas para que possamos formular opiniões bem informadas.

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