Missão a Marte ou à TAP?

Crédito: Polígrafo SIC

Será que custou mais aos bolsos dos portugueses a missão de salvamento da companhia aérea TAP do que custou a missão da Perseverance a Marte realizada pela NASA?

A resposta é SIM, como podem ver no Polígrafo SIC e ler no Observador.

Segundo a Planetary Society, toda a missão do rover Perseverance a Marte custou 2,2 mil milhões de euros durante 10 anos: em que estão incluídas as despesas de planeamento, lançamento, e 2 anos de exploração em Marte.

Segundo os dados do Governo português, a missão de salvamento da TAP tem uma duração de 4 anos, e custa pelo menos 3,7 mil milhões de euros até 2024.

Curiosamente, não concordo com o Observador de que a comparação é enganadora: dizem que a TAP tem retorno financeiro imediato e a missão espacial não.
Ora, isso já não são custos, mas sim mais-valias: se o investimento vale a pena em termos de retorno do dinheiro. Esse é um fator diferente.
Supostamente, segundo o Observador, a TAP vai devolver o dinheiro aos portugueses, porque se trata de um “empréstimo”. Mas toda a gente sabe que esse dinheiro nunca volta aos portugueses, ficando sempre nos bolsos de alguém.
Já o retorno espacial é enorme: não só o cidadão comum usufrui hoje de centenas de tecnologias diárias que só foram possíveis com a exploração espacial, como cada €1 investido no sector espacial tem um retorno financeiro de €4 para a economia.

Assim, é óbvio que ficaríamos muito melhor servidos se os 3,7 mil milhões de euros tivessem sido investidos pelo governo português numa missão a Marte e em duas à Lua.

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