Conspiração das Vacas

Crédito: Mr. Tofu

Vi recentemente 3 documentários que me fizeram refletir.

Os 3 documentários estão subordinados ao mesmo assunto: as alterações climáticas são da nossa responsabilidade, mas não da forma como nos querem fazer crer: o gado que criamos para nos alimentarmos são os grandes responsáveis pelo consumo desenfreado de recursos do planeta.
Assim, a culpa é da pecuária (realizada pelos Humanos).

Os 3 documentários advogam uma forma mais sustentável de nos alimentarmos.
Não sou vegan nem vegetariano. E considero que, biologicamente, os Humanos evoluíram para comer carne. Os nossos corpos precisam de carne, tal como sempre precisaram ao longo da evolução.

No entanto, gosto de ver/ler mais sobre os assuntos, sobretudo sobre aqueles que desafiam a minha forma de pensar.


O primeiro documentário que vi chama-se Cowspiracy – the sustainability secret (Conspiração das Vacas – o segredo da sustentabilidade).
Podem consultar o website oficial, aqui.

O documentário advoga que a agricultura animal (pecuária) é a principal causa para o consumo desenfreado de recursos do planeta e para a sua degradação ambiental.
A pecuária é a principal responsável por “destruir” o planeta: é a principal culpada pelas alterações climáticas, pela falta de água, pela desflorestação, pela extinção das espécies, pelas zonas mortas dos oceanos e pela destruição dos habitats.

Segundo o documentário, a agropecuária intensiva está a dizimar os recursos naturais do planeta.
No entanto, surpreendentemente, essa crise tem sido ignorada pelos grandes (e pequenos) grupos ambientalistas.

O documentário é da autoria de Kip Andersen, um auto-proclamado OCE: obsessive compulsive environmentalist.
Este ambientalista obsessivo compulsivo tomava banho bastante rápido para gastar pouca água, andava de bicicleta para todo o lado, reciclava em casa “como um louco”, etc. Tudo com o objetivo de ajudar o planeta.
No entanto, ao ver as notícias, parece que nada funciona. As condições planetárias continuam a degradar-se, independentemente do que ele faça.

Devido a isto, deu-se ao trabalho de pesquisar mais sobre este assunto.
Foi nessa altura que deu com um relatório das Nações Unidas (aqui) que concluiu que todas estas suas ações eram irrelevantes para o planeta, já que o gado produz muitos mais gases de efeito-estufa que todo o sistema de transporte dos Humanos (se somarmos todos os carros + camiões + comboios + barcos + aviões).
Isto deve-se a, por exemplo, as vacas produzirem muito metano através do seu sistema digestivo. O metano é 80 vezes mais poderoso que o dióxido de carbono para o aquecimento global durante um período de 20 anos.

Um outro aspeto que ele pesquisou é que o fracking (fraturamento hidráulico) para produzir gás natural utiliza 100 bilhões de galões de água nos EUA todos os anos. Isto é um imenso desperdício de água!
Mas a pecuária nos EUA utiliza 34 trilhões de galões de água todos os anos. Isto é muito mais!
A produção de metano é semelhante para ambas as atividades.
Assim, a pecuária utiliza muito mais o recurso água que o famoso fracking. No entanto, quem vê as notícias, pensa que o fracking é que é o comportamento mais danoso.

Ainda sobre o desperdício de água:
Nos EUA (e nos outros países), a água é consumida de forma desproporcional: somente 5% é consumida nas casas. 55% é consumida pela agricultura animal (pecuária), para regar terrenos, dar de beber ao gado, etc.
No entanto, o que se ouve nas notícias é que as pessoas é que gastam muita água! As empresas e os governos gastam imenso dinheiro a promover a ideia de que as pessoas é que gastam muita água nas suas casas. E quando há falta de água, são essas pessoas em casa que têm que racionar a água.
Enquanto isso, os principais gastadores passam impunes dessas medidas e “acusações”.

Ele ficou a saber que de cada vez que comia um hambúrguer, estava a gastar o equivalente a 2 meses de tomar duche, já que essa é a quantidade de água que foi desperdiçada para produzir um só hambúrguer.
Tudo o que ele poupava em casa, compensava somente um pedacito de um hambúrguer.

Seguidamente, ele foca-se nas vacas leiteiras.
A sua manutenção é insustentável, para a quantidade de produtos derivados do leite (incluindo leite) consumidos pelos humanos.
Por exemplo, para termos 1 galão de leite, é necessário utilizar 1000 galões de água!

Além disso, nos EUA, muitos animais selvagens (cavalos, ursos, lobos, raposas, linces, etc) têm sido abatidos para que os terrenos se possam converter em ranchos, de modo a que o gado possa comer erva de forma descansada.
Em África, fizeram o mesmo: por exemplo, assassinaram inúmeros elefantes.

Assim, inúmeras espécies selvagens têm sido dizimadas para que possamos comer carne de vaca, carne de porco, carne de perú, carne de galinha, etc.

Um dos problemas está relacionado com população a mais no planeta: há demasiados humanos para alimentar, e são eles que acabam com os recursos do planeta.
Os recursos consumidos pelos Humanos estão acima do equilíbrio planetário.

No entanto, se formos a ver em específico, o problema não está na quantidade de humanos, mas sim no que eles comem.
Em 2012, existiam 7 bilhões (no Brasil e EUA) de pessoas no planeta. No entanto, existiam 70 bilhões de animais em quintas/ranchos, para alimentar esses humanos.
Todos os dias, a população humana de 7 bilhões, bebe 20 bilhões de litros de água e come 10 bilhões de quilogramas de comida. Somente as vacas (1,5 bilhões de vacas) que existem no mundo, bebem diariamente 170 bilhões de litros de água e comem 61 bilhões de quilogramas de comida.
Ou seja, existe aqui um enorme problema na forma como os Humanos produzem animais para se alimentarem. Porque esses animais (alimentos dos Humanos) consomem os recursos do planeta.
A grande parte dos legumes e cereais que produzimos anualmente não são para alimentar pessoas, mas sim para alimentar animais, que depois servirão para alimentar pessoas.
A pegada ecológica é enormíssima!

Com a comida que produzimos na terra, dava para alimentar toda a população mundial.
O problema é que utilizamos esses recursos para criar animais (gado) que não necessitamos.

O documentário não se concentra somente nas vacas (gado).
Durante largos minutos, o documentário fala do problema da biodiversidade nos mares.

O autor defende que as enormes redes de pesca capturam muito peixe para comermos. Mais do que é sustentável.
Mas ainda pior, para apanharem esses peixes pequenos, nessas redes também morrem muitos golfinhos, baleias, tartarugas, tubarões, etc. Existem inúmeros animais mortos, sendo tratados como “danos colaterais”. Seria o mesmo que, ao matar uma vaca, se matasse também os cães e gatos que estivessem lá perto.

O curioso é que as organizações ambientais não se preocupam com isto.
Da mesma forma que se preocupam com a morte de tubarões pelas suas barbatanas. Mas morrem muitos mais tubarões devido a estes “danos colaterais” e as organizações ambientais nada fazem.

Crédito: Mr. Tofu

A grande mensagem do documentário é que criar e matar animais para os Humanos comerem, é a principal causa das alterações climáticas que acabarão por levar à extinção dos Humanos.

O autor do documentário, Kip Andersen, mostra-se por diversas vezes desiludido com as grandes organizações ambientais, das quais ele é sócio pagante, como a Greenpeace, porque não querem sequer falar do problema da pecuária.

No final, ele aborda o problema ético, ao ver a forma chocante como os animais são chacinados.
São mortes brutais de animais com consciência.
É uma insensibilidade extrema.

É deplorável a forma como tratamos os animais que não nos fazem mal nenhum.

No final, e como sumário do documentário, o autor explica as razões porque a pessoa deve ser vegan.

O documentário recebeu algumas críticas, nomeadamente quanto à apresentação dramática e incorreta de algumas estatísticas.

Relatórios científicos do IPCC mostram que dois terços dos gases de estufa produzidos pelos seres humanos vêm da combustão de combustíveis fósseis… e não da pecuária, como diz o documentário.

Podem ler críticas científicas ao documentário, aqui, aqui e aqui.

Nessas críticas vêem os números reais, e têm links para artigos científicos (escritos por cientistas desta área) sobre esta problemática.

Num desses links, vêem como a cinematografia do documentário nos leva a acreditar no autor do documentário e a não concordarmos com a opinião contrária.
O objetivo parece ser nos manipular, nos convencer que a opinião dele é a correta, de modo a nos convertermos em vegan.


(podem colocar legendas automáticas em português, clicando no botão das definições)



O documentário seguinte que vi foi o: Eating Our Way to Extinction – Comer Vai Nos Levar à Extinção.

O documentário começa com a destruição do habitat terrestre pelos seres humanos.

O realizador do documentário diz que passou os últimos 4 anos a viajar pelo mundo para documentar a ameaça do colapso ecológico.

O objetivo do documentário é mostrar o papel da pecuária na destruição dos ecossistemas e, consequentemente, nas alterações climáticas.

A dieta (baseada em carne) dos seres humanos, está a levar-nos a um abismo ecológico.
Para alimentarmos todos os Humanos em 2050, teríamos que duplicar a produção de carne e de laticínios. Isto é insustentável. Não há terra suficiente para o gado. O ambiente vai colapsar.

As florestas são o lar de milhões de espécies de animais e plantas.
As florestas também são os grandes reguladores da atmosfera do nosso planeta.

No entanto, todos os anos, estima-se que 72 mil quilómetros quadrados de floresta são perdidos.
Isto é o equivalente à área do Panamá.

Grandes quantidades de florestas já foram destruídas para pastagens e para o cultivo de alguns produtos (ração animal) com que alimentamos gado, galinhas, etc.
A agropecuária mudou a face/superfície de terra do nosso planeta.

É dado o exemplo da Amazónia, no Brasil, com a floresta e os indígenas a serem devastados.
Aliás, é dito que no Brasil, aqueles que apontaram a agropecuária como a grande responsável pela desflorestação da floresta tropical da Amazónia foram mortos: 1100 pessoas foram mortas nos últimos 20 anos no Brasil devido a isto (dito no Cowspiracy, aos 36 minutos, e no Eating Our Way to Extinction, aos 12 minutos).

O impacto humano no planeta, através da pecuária, é impressionante!

Curiosamente, a União Europeia dá cerca de 30 bilhões de euros em subsídios para a pecuária. E até passa legislação para que a agropecuária se desenvolva mais.
O que na prática quer dizer, segundo o documentário, que a União Europeia está a financiar indústrias que agravam as alterações climáticas.

Desde 1960, já exterminamos 60% das populações animais do planeta.
Estamos a atravessar o sexto evento de extinção em massa no planeta. E desta vez, o culpado é claro: Humanos.
A agricultura e a pecuária são grandes causadores da destruição de floresta, que leva à extinção de muitas espécies: existe uma enorme perda de biodiversidade. Estamos a presenciar uma aniquilação biológica.

O colapso ecológico só pode ser prevenido se os Humanos mudarem a sua dieta: deixarem de comer carne de gado.

Quando se fala de alterações climáticas, pensamos logo em dióxido de carbono.
Mas o metano é 25 vezes mais potente por molécula do que o dióxido de carbono.
E o óxido nitroso é 298 vezes mais potente por molécula do que o dióxido de carbono.

Estes são gases muito poderosos que contribuem para as alterações climáticas.
E estão presentes na pecuária.

Devido às alterações climáticas, os fenómenos climáticos extremos são cada vez em maior quantidade.

Nuns locais existem cheias devastadoras, que matam inúmeras pessoas.
Noutros locais, existe seca extrema.

Devido a essa seca, passa a existir escassez de alimentos. Os produtos passam a ser mais caros. E o sistema alimentar mundial até pode entrar em colapso.

A agropecuária também afeta os oceanos.
Os fertilizantes azotados pulverizados nos enormes campos de cultivo de ração para animais descem pelos rios e escorrem para os oceanos.
A água rica em azoto/nitrogénio estimula o crescimento excessivo de algas, que privam a água de oxigénio, levando à morte da vida marinha nessa região.

As zonas mortas nos oceanos têm aumentado à medida que a procura por carne também tem aumentado.
A agropecuária é a principal causa para o aumento das zonas mortas nos oceanos.

No entanto, a principal causa da extinção da vida marinha é a pesca.
O nosso gosto por peixe pode acabar dentro de poucas décadas, quando todo o peixe desaparecer.

Para colmatar este problema, os países exportadores de peixe, como a Noruega, criaram enormes viveiros de peixes (aquicultura).
70% do peixe (salmão e bacalhau) que comemos hoje já advém de pisciculturas artificiais.
O problema é que estas pequenas gaiolas fazem com que os peixes desenvolvam doenças e parasitas: não são saudáveis. Assim, pesticidas e antibióticos são dados aos peixes. Os químicos entram no corpo dos peixes: quando estes são consumidos pelos Humanos, os químicos passam para os Humanos. Além disso, a ração dada aos peixes também contém produtos químicos tóxicos, que depois são transmitidos aos Humanos quando estes se alimentam dos peixes.

Além dos peixes serem muito gordurosos, os químicos que são transmitidos para os Humanos podem potenciar o desenvolvimento de cancro.

Para piorar o cenário, existem estudos que mostram que alguns tipos de aquicultura libertam mais metano para a atmosfera do que a produção de carne bovina.

Seguidamente, fala-se da poluição dos mares com microplásticos, que são consumidos pelos peixes e que, posteriormente, acabam dentro do nosso corpo.

Grande parte destes microplásticos advém de redes de pesca descartadas.

Estamos a acumular plástico, com químicos tóxicos, nos órgãos do nosso corpo.

As pandemias futuras serão mais frequentes, devido à quantidade de vírus e bactérias que se desenvolvem em locais sem higiene onde os animais (porcos, galinhas, etc) são amontoados para engordarem até serem mortos e servidos nos pratos dos Humanos.

No passado já tivemos a gripe suína, gripe aviária, ébola, MERS, SARS, sarampo, etc, que surgiram devido à pecuária intensiva, em que milhares de animais são amontoados em pequenos espaços.

A forma como tratamos os animais leva ao desenvolvimento de doenças que são transmitidas aos Humanos.

No final, a mensagem é a mesma do primeiro documentário: os Humanos precisam mudar para uma dieta baseada em plantas, vegetais.

As pessoas devem ser vegan, por todas as razões debatidas, mas também porque é mais saudável.


(podem colocar legendas automáticas em português, clicando no botão das definições)

Em comparação com o primeiro, este documentário é mais profissional.

Além disso, fundamenta melhor os seus pontos de vista com fontes em relatórios científicos.





Entretanto, motivado por estes documentários internacionais focados mais nos EUA, o ativista ambiental Chris Huriwai decidiu fazer um documentário sobre o mesmo assunto, mas na Nova Zelândia.

Ele concentrou-se no impacto ambiental da indústria de lacticínios na Nova Zelândia.

O documentário chama-se Milked.
Podem consultar o website oficial, aqui.

O documentário investiga a ameaça ambiental causada pelo “negócio do leite e seus derivados”, nomeadamente da empresa Fonterra.

Segundo o documentário, a empresa Fonterra é a maior poluidora ambiental na Nova Zelândia, sendo a empresa que produz mais emissões que levam a alterações climáticas: emite mais gases com efeito de estufa que toda a indústria dos transportes (soma de carros + camiões + barcos + aviões + comboios).
Além disso, também será a que mais poluição causa na água.

Na Nova Zelândia abateram-se as árvores para colocar vacas em currais.

Ou seja, as florestas deram lugar a explorações agrícolas, para pecuária.

Segundo o documentário, as empresas de carne e lacticínios produzem mais emissões de gases de efeito-estufa do que as quase 70 milhões de pessoas no Reino Unido.
E também produzem mais do que as empresas de gás e petróleo.

As vacas produzem muito azoto/nitrogénio na urina. Levando ao óxido nitroso.
Também produzem muito metano devido ao seu sistema digestivo. O metano é 84 vezes mais poderoso como gás de efeito-estufa do que o dióxido de carbono para o aquecimento global durante um período de 20 anos.
Além disso, cada vaca produz resíduos equivalentes a 14 humanos!

Adicionalmente, as empresas de laticínios utilizam fertilizantes feitos com combustíveis fósseis e usam imenso carvão para desidratar o leite.
Até para desidratar o leite precisamos de carvão: nós estamos incrivelmente dependentes dos combustíveis fósseis. E nem nos damos conta disso…

Crédito: Greenpeace

A indústria de lacticínios utiliza demasiada água: 11 vezes mais do que o consumo de água pelos Humanos.

Além disso, a indústria polui os rios com nitratos, que afetam a vida das pessoas levando a doenças como cancro.

No documentário, também é dito que o consumo de leite não promove a saúde dos ossos, mas pelo contrário, pode aumentar a probabilidade de vários tipos de cancro/câncer.

Além disso, para alimentar todas as vacas é necessário dar-lhes ração com semente de palma, e para isso, é preciso devastar florestas e habitats com espécies em risco de extinção.

A alternativa aos lacticínios, que é mais barata e não tem impacto ambiental: leite à base de plantas.

O leite à base de plantas é mais lucrativo, utiliza menos água, usa menos terra e emite 3 vezes menos CO2 para a atmosfera.

As vacas são criadas para produzir o dobro do leite que produziriam naturalmente.
E passados 5 anos, são levadas para o matadouro ou deixadas em valas comuns ao ar livre.

Existe muita morte e sofrimento de animais, como as vacas, sem necessidade nenhuma.
Existe um claro abuso dos animais.
Infligimos propositadamente sofrimento aos animais.

Para os humanos, os animais são considerados coisas, que não têm inteligência, consciência ou emoções.
No entanto, vêem-se vacas atrás dos seus vitelos, a berrar, porque eles estão a ser levados.

O documentário conclui que provocamos todo este sofrimento para termos um produto que nem precisamos: leite.

Tal como os documentários anteriores, também este advoga que as pessoas deviam adotar uma dieta baseada em plantas. E dá o exemplo do cânhamo.

O documentário apresenta o relatório da RethinkXRethinking Food and Agriculture 2020-2030 – que prevê que a produção de lacticínios sem vacas irá aniquilar a indústria de lacticínios tradicional até 2030.

Vai haver uma revolução na forma como produzimos os nossos alimentos.
Estes novos lacticínios são produzidos por micróbios (que produzem proteínas lácteas), através de fermentação de precisão, e não por glândulas mamárias.
Esta forma de produção só utiliza 5% dos recursos, produz 1% de resíduos e usa 0% de vacas.

Não é leite artificial, mas sim real. É leite na mesma. Por isso, sabe a leite.
Por ser na mesma leite, tem alguns riscos de saúde similares aos lacticínios produzidos pelas vacas.

O leite produzido por estes micróbios irá sair muito mais barato para os consumidores.
Sendo assim, a indústria com base nas vacas, cabras, etc, não vai conseguir competir com esses preços.

Daí que todo o gado vai ter o mesmo destino.
As vacas, os porcos, as cabras, as galinhas, as ovelhas, etc, deixarão de ser necessárias para a nossa alimentação.

Sinceramente, parece-me uma previsão demasiado otimista.
É incrivelmente irrealista pensar que em 2030, já existirá um enorme retrocesso na pecuária.

No final, o documentário diz que se todas as pessoas seguissem uma dieta à base de plantas, libertar-se-ia uma área correspondente ao tamanho de África (devido a existirem menos pastagens para gado).

Muita dessa terra poderia ser devolvida a espécies nativas, o que é uma forma eficaz de armazenar o carbono no solo e aumentar a biodiversidade.

No documentário, adorei as entrevistas a Jane Goodall.

Podem ler críticas a este documentário, aqui e aqui.

MILKED | White Lies in Dairy Land from Klean Industries on Vimeo.




O que concluo de tudo isto?

Que os jovens que andam a fazer terrorismo climático (aqui e aqui) andam enganados.

Ao contrário do que advogam, eles andam na verdade a ser manipulados pelas grandes empresas e organizações ambientais, de modo a que “odeiem” determinadas indústrias (combustíveis fósseis) em vez de outras que até poderão ser piores para o clima.

Aparentemente, as grandes empresas, internacionais, de pecuária manipulam os jovens e a comunicação social, de modo a só se importarem com combustíveis fósseis.

A acreditar nestes documentários (e existem muitas críticas científicas a eles), então os auto-proclamados ativistas estão a acusar as empresas erradas.

E já nem falo em termos de países, já que esses ativistas deviam era manifestar-se na China, na Índia e na Rússia, já que eles são os grandes poluidores do ambiente.


Aparentemente, também de acordo com os documentários, as organizações ambientais não querem saber do problema da agropecuária, porque isso não alimenta a narrativa simplista contra os combustíveis fósseis.

Quanto a mim, sou muito relutante a mudanças.
Mesmo em relação ao meu primeiro telemóvel, fui um dos últimos a ter, já que não via vantagens em ter telemóvel/celular móvel, que pudesse atender na rua.
Já muito depois de ter telemóvel, e quando já estava a dar aulas nos EUA, tinha muita gente a perguntar qual era o meu perfil de Facebook, e eu não tinha qualquer rede social.
Assim, a minha relutância à mudança nos meus hábitos já vem de longe.

Por isso, tal como disse no início, continuo a considerar que os Humanos precisam de carne para sobreviver.
Mas estou aberto a pensar de outra forma.

O principal argumento contra o comer carne, para mim, não é a urgência das alterações climáticas.
Mas é sim o sofrimento que impomos aos animais.

É o aspeto ético, e não a arrogância de acharmos que sabemos o que é melhor para o planeta (uma simples e minúscula rocha no espaço), que para mim poderá ser a razão decisiva.

5 comentários

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  1. Bom, li todo o artigo. Síbala por síbala.

    No que se refere às práticas industrias, vejo, pelo menos, cada vez mais menos relutância em buscar uma equivalência entre os lucros e impactos ambientais. Em uma escala de 0 (menor equivalência) a 100 (maior equivalência), suponho que estamos, digamos, em 30. Mas, já foi pior. Bem pior.

    Quanto aos ativistas ambientais, passarei adiante. Apesar de acreditarem piamente nas suas pautas, bem, estes jovens não veem as mãos invisíveis que os controlam. Perfeito para alguns. Para outros, nem tanto.

    Particularmente, sou onívoro. Como tem que ser, biologicamente falando. De igual maneira que o sr. Carlos Oliveira bem mencionou no seu artigo.

    Já assisti esses documentários feitos pelos ativistas veganos. Acredito que, diante de uma geração, conhecida como “X”, e a forma como estes encaram o mundo, associados aos seus sentimentos pessoais, a maneira como os animais são mortos para serem consumidos em escala industrial não os agradam… mas os impactam, profundamente. A questão, agora, será outra…

    Abraços.

      • Jonathan Malavolta on 14/10/2023 at 22:13
      • Responder

      Como consta em um livro didático existente no Brasil (escrito por Amabis e Martho), “o Homem é um animal onívoro”. Quando jogo essa observação em grupos de redes sociais onde haja pelo menos um vegano exigindo que todos – sem exceção – se tornem exclusivamente veganos, o tal vegano dá chilique e me xinga de tudo que é nome (acredite, a expressão mais bem educada que me ofertam nessas ocasiões é “vai tomar no meio do olho de trás”); eles não conseguem perceber que é justamente o caráter “onívoro” de nossa alimentação que permite-nos criar para nós uma série de dietas, inclusive a vegana. Já tentei explicar esse tipo de coisa para um grupo desses veganos insistentes, e o que fizeram foi uma humilhação pública de minha pessoa; depois, quando dei o troco na criadora do perfil que me humilhou e chamou um monte de “amiguinhos veganos” pra fazer o mesmo, me bloqueou (pimenta nos olhos dos outros é refresco, como dizem por aqui).

      1. Nunca discuta com ativistas veganos. Entretanto, caso o sr. discorde das minhas recomendações, pode adotar, durante o debate com eles, as recomendações do escritor brasileiro Leandro Karnal: “concorde, possua “reações” bovinas, “hummm””.

        Abraço.

      2. 😀 😀 😀 😀

    • Jonathan Malavolta on 13/10/2023 at 19:48
    • Responder

    Hoje, vi um outro português indagar se já não está na hora de pensarmos de forma mais correta pois temos muito pouco tempo de existência, enquanto o planeta está no Universo há bilhões de anos. Não estamos a destruir o planeta mas sim a vida que habita o planeta; o planeta porém continuará existindo mesmo depois de toda a vida nele esteja extinta (inclusive a nossa).

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