O Verão no Brasil em 2023-2024

O solstício de verão no hemisfério sul em 2023, será no dia 22 de dezembro, às 00h27. O verão se estenderá até o dia 20 de março de 2024, às 00h26, horário de Brasília, capital do Brasil.

O cenário do próximo verão do biênio 2023-2024 deverá registrar a intensificação do fenômeno El Niño e as previsões são: além do excesso de chuva no sul do país, que ainda poderá ser observado no verão; redução de chuvas na região norte, que acarretará no atraso da recuperação do nível de água dos rios; aumento de incêndios naturais; diminuição pluviométrica também no período chuvoso no nordeste (em sua parte mais setentrional); e alteração da distribuição da chuva também sobre o sudeste e o centro-oeste.

Ou seja, estamos caminhando para o verão mais quente já registado.

Mapa de calor do Climate Reanalyzer, que mostra a temperatura média global a 3 de julho de 2023. (créditos: Universidade do Maine, EUA)

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia brasileiro (INMET), o país passou por quatro fortes ondas de calor em todos os meses do segundo semestre deste ano, assim como bateu as temperaturas médias recordes, abrangendo estados de quase todas as regiões.

 

– Recorde Global de CO2 e o Alarme Acionado

Segundo a NOAA (Administração Oceânica & Atmosférica Nacional, EUA), em maio deste ano, a concentração de CO2 na atmosfera atingiu seu novo recorde global (424 ppm), derrubando o recorde anterior (março de 2022 – 421 ppm).

Apesar de existirem variações sazonais de CO2 atmosférico (geralmente um pico em maio e um vale em setembro),  a linha de tendência da concentração (em ppm) de gás estufa está aumentando rapidamente, como mostra o gráfico abaixo:

Créditos: NOAA e Diniz Alves.

 

– Última Era Glacial versus CO2

De acordo com as pesquisas, nos últimos 800 mil anos, os níveis sempre se mantiveram abaixo de 280 ppm, conforme mostra o gráfico abaixo da NOAA. Na última glaciação (110 mil – 11 mil anos), a concentração de CO2 na atmosfera estava abaixo de 200 ppm.

Créditos: NOAA e Diniz Alves.

Conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, os níveis de CO2 atmosférico para evitar catástrofes causadas pelo aquecimento global seria de 350 ppm. Ultrapassamos essa barreira em 1987.

Quase 30 anos depois, em 2015, antes do Acordo de Paris, ultrapassamos a marca dos 400 ppm. E continuamos a subir.

A equação do balanço global de CO2 não fecha a conta com esse acréscimo de CO2 antropogênico.

A descarbonização das indústrias, pauta atual já em aplicação, é extremamente necessária; porém, trata-se da ponta do iceberg da sustentabilidade: redução do desmatamento, busca por maior redução de custos para implementação de práticas de reflorestamento também devem ser discutidas – sobretudo, com mais seriedade.

O lado bom, se é que podemos chamar desse modo, é que a natureza – quando quer dar “recados” – não manda emissários.
 

2 comentários

  1. Penso que não tem mais volta. Somos muito burros como sociedade, isso no mundo inteiro, pois não temos votado em políticos comprometidos com mudanças paradigmáticas nesse setor, com velocidade, inteligência, inovação, investimentos e dinamismo que se quer da situação.

    Votamos em medíocres por questões ideológicas, geralmente fúteis, que não têm agido de forma eficiente para resolverem os reais problemas, que é com ciência, não com ideologias.

    Estamos perto de uma ruptura “operacional” climática em vários fatores que afetam o clima mundial, um deles é a Corrente do Golfo, que ameniza o inverno na Europa.

    Depois das rupturas, o clima começa a funcionar em outro “modus operandi”, sem volta, e obviamente não será bom para a humanidade.

    1. Na questão ideológica – se você notar bem – temos um grupo ideológico que é o maior negacionista da ciência; para eles, as vacinas são uma forma maléfica de controle populacional, a NASA mente o tempo todo, o homem nunca foi à Lua, o aquecimento global provocado pelas irresponsabilidades é uma mentira, nunca houve uma bomba atômica lançada nas duas cidades japonesas, etc. Esse pessoal vota e elege políticos que são os seus porta-vozes nas suas parvoíces. A diferença entre esse grupo e a Idade Média é que, naqueles tempos, não havia eleições populares políticas.

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