Greta Thunberg é conhecida por ser uma ativista pelo clima: contra os combustíveis fósseis.
Numa manifestação em Amesterdão, que juntou 70 mil pessoas, a favor da transição energética e contra a persistência da economia baseada nos combustíveis fósseis, a jovem ativista sueca decidiu discursar no palco a favor das mulheres palestinianas e afegãs.
Nessa altura, vários manifestantes agitaram bandeiras palestinianas.
Mas também houve quem lhe tentasse tirar o microfone, porque “vim a uma manifestação pelo clima, não por uma opinião política”, como podem ler no jornal Público, aqui.
Não entendo este ativismo que mistura assuntos aparentemente contraditórios.
Da mesma forma que não se pode/deve utilizar bandeiras nazis ou bandeiras da confederação, porque se assume que estamos a defender as ideologias ligadas a essas bandeiras, também não se devia defender bandeiras de países teocratas e grandes produtores de petróleo, quando se está em manifestações pelo clima.
Afinal, uma bandeira representa o país em causa. É um símbolo das suas leis, dos seus valores, dos seus ideais, do seu sistema de governo, etc.
Eu percebo que a ideia de Greta é defender a paz e ser contra a opressão no mundo.
No entanto, a ideia que transmite numa manifestação pelo clima é que para sermos a favor da transição climática, temos que ser a favor dos países produtores de petróleo…
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P.S.: eu sei que nem a Palestina nem Israel são produtores de petróleo. No entanto, a região é responsável por um terço da produção de petróleo a nível mundial. Uma das maiores riquezas da Palestina é precisamente o petróleo. Se tivessem / quando tiverem um sistema de governo normalizado, certamente que a sua economia será baseada na produção de petróleo.
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